A profecia se fez como previsto!

Foto Divulgação/ONG Social SkateFoto Divulgação/ONG Social Skate

O ano era 1997 e, Sandro Soares, hoje conhecido como “Testinha”, era um jovem de apenas 19 anos ao lado de Leila Vieira, que na época tinha 16 anos. Hoje, sua atual esposa, mãe de dois filhos e pedagoga. Juntos jamais imaginavam que teriam uma família e comandariam uma das instituições mais respeitadas no uso do skate como ferramenta de inclusão social do país. A ONG Social Skate.

Neste mesmo ano de 1997, também era lançada a música Capítulo 4, Versículo 3, do disco Sobrevivendo no Inferno, do Racionais MCs, que traz em sua letra o cotidiano turbulento nos guetos da capital paulista. Situação vivida por muitos jovens da periferia. Justamente o objetivo de combate que a ONG traz em seu DNA, uma vida melhor para essas crianças.

E, todo o trabalho que a ONG realiza nesses 8 anos de existência se funde com o título do texto “A profecia se fez como previsto”. Segundo o presidente da ONG, Sandro Testinha. “Em uma recente postagem um seguidor em nossas redes sociais comentou com essa frase da música “A profecia se vez como Previsto” se referindo a nossa missão na ONG”, explica. “Quando li, refleti, e cheguei nesta conclusão que tinha tudo a ver”.

Hoje, aos 41 anos de idade “Testinha” e Leila coordenam a ONG Social Skate – a profecia se concretizou – uma entidade que fundaram em 2011, atendendo a época 40 crianças, sempre aos finais de semana. Oferecendo aulas de skate para crianças da comunidade.

Em 2019, os números são outros, e o método de atendimento também. A Social Skate tem mais de 100 alunos (150) entre crianças e jovens e oferece um leque de atividades, acompanhamento escolar, familiar, entre outros cuidados que o poder público se ausenta de prestar para parte da população, “principalmente para as crianças e jovens de bairros periféricos”, revela Sandro.

O jovem que hoje é atendido na ONG Social Skate, após realizar o cadastro, totalmente gratuito, tem direito, ao contra turno escolar, das seguintes atividades: skate, futsal, iniciação esportiva, circo, teatro e Ballet. Ou seja, da pra se aprender atividades variadas todos os dias e ocupando a ociosidade deles, impedindo e dificultando o contato com os males que os permeiam como a drogas, violência, criminalidade etc.

Parte da equipe de professores e instrutores da ONG Social Skate em Calmon Viana Poá SP

Parte da equipe de professores e instrutores da ONG Social Skate em Calmon Viana Poá SP / Divulgação ONG Social Skate

Atendimento

As manhãs das segundas-feiras, começam com as alugas de futsal seguido de atividades com o skate.

As terças-feiras, é dia de mais skate e, posteriormente, as divertidas circenses.

Nas quartas-feiras, são os dias delas, só das meninas, que se interessam por um dos esportes mais praticados do mundo: o skate. E, tem garotas se destacando. Atualmente são aproximadamente 30 jovens.

Nas quintas-feiras, além do skate, os alunos participam das aulas de teatro, onde no lançamento do projeto, no início do ano, encenaram uma peça contando a história da ONG Social Skate.
Nas sextas-feiras, a radicalidade do skate se une a delicadeza do Ballet. Esse “contraste” chama a atenção de quem passa pela rua da quadra onde as atividades são realizadas.

Já aos sábados, dia de descanso na escola, tem o grande encontro na quadra onde todos se reúnem para andarem juntos e mostrarem o que aprendem durante a semana. O sábado, também é dia de receber visitantes que chegam para conhecer o projeto e andar de skate com a criançada.

Números

São quase 200 atendimentos semanais realizados pela equipe da ONG, que hoje conta com quatro professores e cinco instrutores oferecendo, além das atividades gratuitas, todo material necessário para a prática das modalidades.

Eles também têm um lanche diário para reporem a energia gasta. Tudo de graças para eles e com apoio das empresas NIKE, EDP Energia Elétrica e Centauro, por meio da Lei Paulista de incentivo ao esporte, FUNCAD Municipal de Poá e Marketing direto.

“Certa vez me peguei pensando em por que realizamos quase que involuntariamente essa árdua missão de levar o esporte e educação aonde quase nunca chega, cheguei à conclusão que era um sentimento interno de querermos ter participado de algo assim e não termos tido acesso, mas como a frase lá no inicio bradou… ‘A Profecia se fez como previsto… ‘”

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