Tom Toledo: desafio cumprido em Noronha

Tom Toledo / Foto Fabio MaradeiTom Toledo / Foto Fabio Maradei

Gerente de marketing e diretor de criação da Hang Loose há 15 anos, o designer gráfico Tom Toledo teve um desafio e tanto para criar toda a comunicação visual do Oi Hang Loose Pro Contest, em seu retorno à ilha de Fernando de Noronha. A proposta – bem executada – foi reunir elementos que remetessem justamente às belezas e qualidades da ilha, considerada um paraíso, com a integração da tradição do evento e sua volta ao arquipélago, bem como a cultura local.

Foi seu décimo segundo trabalho direto com o evento, o décimo em Noronha, e o sentimento é de total realização e satisfação, diante de todas as dificuldades e desafios enfrentados para a conclusão do trabalho. “Sempre é difícil, mas Noronha é um desafio à parte, porque tem muitos pré-requisitos a serem preenchidos”, ressalta.

“Tem de ter uma sensibilidade na hora de criar toda a comunicação, porque está ali disputando com um lugar maravilhoso, então tem de tomar cuidado para não atrapalhar essa beleza natural. É preciso estar integrado com a história e seguir um monte de normas em relação ao meio ambiente”, reforça Tom, lembrando o ICMBio, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, do Ministério do Meio Ambiente.

Tom lembra que é preciso pensar em todo o ecossistema local e a logística também é muito complexa. “Exige uma antecipação do evento, uma pré-produção muito forte, que tem de ser bem exata, porque se esquecer um parafuso, não tem o que fazer”, exemplifica.

Ele conta que conseguiu realizar o planejado na comunicação visual, trazendo a parte contemporânea que o surf está vivendo, com a integração com a tradição com a cultura local. “Foi aí que tive a ideia de resgatar os elementos, os grafismos do J Borges, o principal artista pernambucano”, argumenta o gerente de marketing da Hang Loose, sobre as gravuras nas molduras de toda a estrutura e que integram o logotipo. “Usamos todos elementos endêmicos daqui de Noronha, que ele havia usado na edição 2008, até pelo retorno do campeonato”, explica.

“A escolha da foto do cartaz também foi bem criteriosa e defini um fotógrafo pernambucano, o Renato Tinoco, que tem uma relação bem legal aqui com a ilha, com uma imagem de um dia épico quebrando atrás da laje, gigante. Isso é Noronha, que também é reconhecida pela qualidade das ondas internacionais e a galera brinca ser o Havaí brasileiro”, reforça.

Designer gráfico, ele revela que teve um sentimento especial em produzir os troféus. “É uma das peças que encaro com maior compromisso, porque simboliza o prêmio de uma conquista, e que faço com carinho, pensando em ser agradável, que acrescente na vida da pessoa”, diz Tom Toledo.

“Fiz os troféus, em parceria com um amigo, o Salatiel, um marceneiro de primeira qualidade, que só trabalha com material de demolição. Vi tudo que era retalho de madeira que poderia usar. Eram madeiras que estavam indo para o descarte. E demos uma nova definição, tudo a ver com o conceito. Madeiras nobres e reaproveitadas”, manifesta o responsável pela comunicação visual do evento.

Agora, na praia, com tudo pronto, o sentimento de dever cumprido se mistura com outras sensações. “Primeiro de realização de ver o quão duro você trabalhou, pela história e que o evento está acontecendo. Segundo é ver todo o pessoal trabalhando, desde o staff, jornalistas e atletas valorizando tudo o que foi feito e curtindo junto, porque o campeonato é um motivo para estarmos aqui celebrando o surf num lugar tão paradisíaco e acho que essa vibe é homogênea para todo mundo, desde atletas até quem está nos bastidores, fazendo acontecer”, conclui.

Compartilhe.