Surfistas autistas estreiam no Circuito Medina

Foto Aleko StergiouFoto Aleko Stergiou

Pela primeira vez um campeonato terá uma bateria especial com surfistas autistas, do projeto Onda Azul. A atividade é uma iniciativa do Instituto Gabriel Medina (IGM) e tem caráter participativo, sem disputas, com o objetivo de promover a integração, tanto das pessoas com autismo, quanto de suas famílias.

Foto Aleko Stergiou

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A Bateria Onda Azul Wizard Litoral Norte terá 11 crianças e adolescentes, que foram selecionados por um concurso de desenhos sobre o tema surf. Eles estarão com suas famílias, se sociabilizando com os atletas inscritos no torneio, que foi criado como “porta de entrada” para o IGM. Vale destacar que a iniciativa será uma demonstração e realizada caso o mar ofereça condições de segurança para os participantes.

Segundo a psicopedagoga e uma das idealizadoras do Onda Azul, Sandra Lamb, a atividade abrange dois âmbitos fundamentais ao projeto, a interação social dos autistas e familiares e também a divulgação de que a sociedade pode e deve participar. “Para os nossos surfistas, é um estímulo estarem num ambiente com mais pessoas. Ter a aceitação, a valorização num circuito tão importante, que leva o nome de um campeão mundial. Para eles, a possibilidade de serem vistos e valorizados é fundamental”, destaca.

“Também pessoas sem nenhum tipo de deficiência terem um olhar específico, com acolhimento, respeito é de grande valia para os autistas e suas famílias”, reforça Sandrinha, também citando a importância da sociedade interagir, motivada pela Bateria Onda Azul Wizard Litoral Norte. “Aprender que podemos nos aproximar, estarmos junto e nos divertirmos”, diz.

Ela lembra que o IGM já é parceiro oficial do Onda Azul e abriu suas portas para encontros, criando momentos de integração e de inclusão, através do surf. O projeto, que também tem parceria com a Prefeitura de São Sebastião, foi criado em 2015, em Florianópolis/SC e hoje também atua em Imbituba, além de São Sebastião.

É exclusivamente oferecido para autistas porque sua metodologia foi pensada para atender às dificuldades de interação social, comunicação e disfunção sensorial. “O nosso projeto é feito por voluntários, parceiros e apoios e claro que para nós é fundamental ter pessoas e instituições conhecidas agregando valor, como será essa bateria”, comenta. “A gente só tem a agradecer ao IGM por ter essa visibilidade e dar essa atenção e poder mostrar o quanto eles são amados, o quanto podem ter espaço”, complementa.

Com três etapas, sempre realizadas nas ondas em frente ao IGM, em Maresias, o Circuito Medina de Surf 2018 tem início nestes sábado e domingo (16 e 17). Em disputa 104 atletas, divididos em cinco categorias – sub11 masculina, sub13 masculina e feminina e sub15 masculina e feminina. Mais informações.

Por Fabio Maradei

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