Silvana Lima vence o Corona Open Montañita Surf City

Silvana Lima (Crédito: Enrique Rodriguez / Montañita)Silvana Lima (Crédito: Enrique Rodriguez / Montañita)

A brasileira Silvana Lima derrotou a havaiana Summer Macedo com uma nota 9,00 e venceu o Corona Open Montañita Surf City apresentado por Hyundai New Tucson 2022 encerrado com chave de ouro no último domingo de ondas excelentes em Montañita, na Província de Santa Elena, no Equador. O último dia foi um show de surfe em cada bateria desde as quartas de final e os títulos foram conquistados por dois surfistas que vão disputar as Olimpíadas de Tóquio 2020 no Japão. Silvana e pelo peruano Lucca Mesinas que superou o brasileiro Edgard Groggia com um 9,50 também na última onda que surfou.

“Foi um campeonato incrível e sempre falei para a Mimi (Dominic Barona), que um dia eu queria competir aqui na casa dela, porque essas ondas são incríveis, então chegou o dia e vou levar esse título com muito carinho para o Brasil”, disse Silvana Lima. “Essa é a segunda final que faço com a Summer (Macedo). A outra foi na Bahia, no Brasil, onde também ganhei e aqui me sinto como se estivesse em casa. A Mimi é uma grande amiga, somos como irmãs, então estou muito feliz com essa vitória aqui e tem mais um aí na próxima semana”.

Silvana mostrou estar em plena forma, fazendo grandes apresentações nas três baterias que disputou no domingo. A primeira foi contra a jovem promessa do surfe brasileiro, Tainá Hinckel. A catarinense deu trabalho, mas a cearense que foi top da elite mundial até 2019, sacramentou a vitória com uma nota 8,25 na última onda. Depois, teve o clássico olímpico com a grande amiga e igualmente bicampeã sul-americana da WSL Latin America, Dominic Barona.

A equatoriana competia em casa e tinha passado pela argentina Josefina Ané somando 16,00 pontos com notas 8,50 e 7,50, jogando fora um 7,00 do seu impressionante ataque vertical de backside nas direitas do pointbreak de Montañita. Pena que a semifinal olímpica com Silvana Lima não teve tantas ondas boas. O máximo que a surfista que vai representar o Equador nas Olimpíadas conseguiu foi um 7,25, enquanto a brasileira destruiu uma onda com duas manobras explosivas de frontside que valeram nota 9,00.

“Foi incrível pra mim surfar com a Silvana. Ela é como uma irmã, uma das minhas melhores amigas e nós tentamos fazer nosso melhor. Não completamos algumas manobras, o mar estava difícil lá dentro, as ondas um pouco gordas, mas estou feliz”, disse o maior nome do surfe equatoriano, Dominic Barona. “Não poderia estar mais feliz, com todo meu povo me apoiando para ganhar, então só tenho que agradecer. Eu tive um acidente e nem achava que poderia competir nesse evento, mas cheguei nas semifinais, então foi muito bom. Agora é corrigir os erros que cometi e vamos com tudo para a próxima”.

Dominic continua na porta de entrada do grupo das cinco primeiras no ranking da WSL Latin America, que serão indicadas para disputar vagas na elite do World Surf League Championship Tour nas etapas do Challenger Series. Ela entraria na lista se vencesse o Corona Open Montañita Surf City na sua praia. Mesmo assim, se aproximou do G-5 com o terceiro lugar no evento e pode confirmar sua classificação na próxima etapa em Salinas.

Na decisão do título, também não entraram muitas ondas boas. A havaiana Summer Macedo já tinha passado por duas brasileiras, Julia Duarte nas quartas de final e Nairê Marquez nas semifinais, sempre dominando os confrontos com as maiores notas de uma boa escolha das melhores ondas. Na final também foi assim, começando forte com seu frontside vertical ganhando nota 7,50 na primeira onda. Silvana falhou nas primeiras que surfou e quando conseguiu um 5,00, Summer respondeu com 4,25 para se manter na frente.

Depois veio uma longa calmaria e Silvana só pegou uma onda boa quando restavam 3 minutos para o término. Ela começa com uma longa cavada para mandar um batidão forte no crítico da onda, emendando com um roundhouse com estilo, floater, rasgada e mais um pancadão na junção, cerrando os punhos na finalização. Ficou a expectativa pela nota e ela saiu 9,00, que sacramentou a vitória por 14,00 a 11,75 pontos.

Pódio da vitória de Silvana Lima (Crédito: Enrique Rodriguez / Montañita)

Pódio da vitória de Silvana Lima (Crédito: Enrique Rodriguez / Montañita)

Com o título, Silvana pulou do quinto para o segundo lugar no ranking da WSL Latin America, praticamente garantindo sua vaga no Challenger Series. A liderança continua com Daniella Rosas, com a também peruana Sol Aguirre em terceiro lugar, a argentina Josefina Ané em quarto e em quinto outra peruana, Anali Gomez, que não foi competir no Equador. Ela tem 1.500 pontos e Dominic Barona está com 1.350 em sexto.

Já o vencedor do título masculino do Corona Open Montañita Surf City apresentado por Hyundai New Tucson, o peruano Lucca Mesinas, é filiado na WSL North America e não pontua no ranking regional da WSL Latin America. O brasileiro Edgard Groggia precisava da vitória para entrar no grupo dos dez indicados para o Challenger Series, mas se aproximou bastante da zona de classificação com o vice-campeonato na primeira das duas etapas do QS 1000 no Equador.

Os dois finalistas deram um show em cada uma das três baterias que disputaram no domingo de altas ondas em Montañita. Lucca Mesinas começou a campanha do título derrotando Samuel Pupo com duas notas 7,00. A semifinal contra Marcos Correa foi uma verdadeira batalha de gigantes, com ambos fazendo grandes manobras e ganhando notas excelentes. O peruano venceu com o maior placar do campeonato, 17,15 pontos somando notas 8,65 e 8,50, contra 15,90 das notas 8,50 e 7,40 do brasileiro.

Na grande final, Lucca Mesinas começou bem com nota 7,00 na primeira onda e Edgard Groggia também surfou uma boa onda que valeu 6,25. O brasileiro ficou mais ativo, enquanto o peruano foi mais seletivo. Quando Edgard destruiu uma onda para receber nota 7,50, Lucca respondeu com um ataque incrível nos pontos mais críticos de uma direita enorme, conectando uma manobra na outra com força e fluidez, para arrancar a maior nota do evento, 9,50. Edgard ainda tentou a vitória várias vezes e o máximo que conseguiu foi 7,90. Lucca Mesinas nem surfou mais e festejou o título por 16,50 a 15,40.

“Estou muito feliz por vencer este campeonato, com tantos bons surfistas, mas eu competi tranquilo e consegui pegar boas ondas nas baterias”, disse Lucca Mesinas, que mora no norte do Peru e sempre vai para Montañita treinar nas direitas. “Todas as baterias foram bem difíceis, contra brasileiros que surfam muito bem e nesta final eu já estava cansado. Mas, me mantive concentrado para pegar as ondas certas. Quero mandar um saludo para todas as pessoas do Peru e agora vamos com tudo para Salinas, tentar outro bom resultado lá”.

Apesar da derrota na decisão do título, Edgard Groggia, estava feliz pelo vice-campeonato em sua primeira final em etapas do WSL Qualifying Series. Ele mostrou todo o potencial do seu surfe ganhando duelos incríveis no domingo, contra os dois equatorianos locais de Montañita. O primeiro foi Alex Suárez nas quartas de final, quando começou bem com nota 8,75, que somou com 6,60 para vencer por 15,35 a 14,50 pontos.

A semifinal foi outra batalha, com Jonathan Zambrano largando na frente com nota 8,00 na primeira onda. Edgard também começou bem com 7,25 e assumiu a ponta com um 7,50 em outra onda muito bem surfada. O equatoriano pegou uma boa no final, precisando de 6,75 para passar para a final e manobrou forte com seu backside vertical, mas a nota saiu 6,50 e o brasileiro avançou para a final por uma pequena vantagem de 14,75 a 14,50 pontos.

“Estou feliz pela minha performance em todas as baterias que disputei aqui e na final também surfei bem. Não era o resultado que eu esperava, eu queria a vitória, mas o Lucca (Mesinas) surfou bem também, então estou feliz pela minha performance”, disse Edgard Groggia. “Agora vamos para Salinas e espero conseguir outro bom resultado lá, para me classificar para os Challenger Series. Eu dei meu máximo aqui, dei literalmente meu sangue, estou feliz e vamos para a próxima”.

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