Pajero larga na frente no Circuito Oceânico

O 28º Circuito Oceânico da Ilha de Santa Catarina foi inaugurado na quarta-feira (8/2) com a regata de percurso longo. O vento sul – de 5 a 6 nós – deu início à disputa e ao longo do dia foi virando para sueste, variando entre 6-8 nós até perder força no final da tarde. Adaptando-se melhor as condições na raia de Jurerê, o Pajero foi o primeiro a cruzar a linha de chegada no percurso com saída de Jurerê, passando pela ponta do Forte, Ilha do Francês, Cachoeira do Bom Jesus e Ilha das Aranhas antes de retornar a Sede Oceânica do Iate Clube de Santa Catarina, local da chegada.

vela“A tripulação velejou muito bem. Nós viemos de um campeonato no Uruguai com três regatas de percurso. Então, o barco estava bem preparado para esse tipo de disputa. A regata foi difícil, pois o vento ficou mais fraco no final da tarde. Mas, para nós, foi um grande dia”, explica André Fonseca, o Bochecha, que possui em seu currículo três participações em Jogos Olímpicos e três em Volvo Ocean Race. Bem mais novo – apenas 15 anos -, mas com o mesmo empenho dos demais velejadores estava José Irineu. Prata da casa, o atleta do Iate Clube de Santa Catarina se mostrou empolgado com a oportunidade de velejar ao lado do ídolo. “Foi legal. O barco exige muito e sempre dá nervoso estar com tantos caras bons. Aprendi muito. Estar no mesmo barco que o Bochecha é um aprendizado enorme”, comenta o catarinense, que esse ano foi quarto colocado no Campeonato Brasileiro de Optimist, a classe de base da vela.

Katana na liderança – Um dos pegas”mais aguardados do dia era o da classe C30. O Circuito Oceânico vale como primeira etapa do Campeonato Brasileiro e as equipes se reforçaram bem para a competição em Florianópolis. Apontado como favorito ao título devido aos últimos resultados, o Zeus Team velejava na ponta da flotilha, mas no trecho entre as Praias Brava e Ingleses o Katana assumiu a ponta.

O embate foi parelho até o fim, com vitória para o Katana com diferença de menos de um minuto. Por se tratar de uma classe One Design, ou seja, com todos os barcos do mesmo modelo, vale aquele que chega na frente, sem correção de tempo como em outras classes. Representante do Brasil na Olimpíada de Pequim, na classe 470, o velejador Fábio Pillar, reforço do Katana para a competição, reforçou justamente esse fato na disputa. “Eu velejo de C30 desde o começo da classe. Essa questão de não ter rating, de ganhar quem chega na frente, é algo que dá muito prazer. E é exatamente por não poder errar é que as tripulações são tão bem formadas e investem tanto em treinamento e velejadores de renome”, comenta Fabio Pillar. “O nível do Circuito Oceânico é fantástico, as tripulações se reforçam, como é possível ver a galera olímpica, que está em contato diário com os barcos faz diferença”, completa.

vela2

Com as difíceis condições em Jurerê a regata de percurso longo tornou-se um desafio ainda maior para os veleiros nessa quarta-feira, em Jurerê. Boas disputas marcaram a classe HPE-25, que contou com uma série de mudanças de posições ao longo do dia. Ao final, o gaúcho Tereza levou a melhor sobre os catarinenses Força 12 e Arretado, abrindo a competição na liderança. Já na RGS, o atual campeão brasileiro Zephyrus viu o Cherne levar a melhor. Após a correção de tempo, a embarcação da Marinha do Brasil conquistou a primeira vitória sobre os donos da casa e saiu na frente na corrida pelo título. Argonauta (IRC) e Carino (Cruzeiro) foram os vencedores em suas respectivas classes.

Por Danilo Caboclo

Compartilhe.