Paulista de Surf Pro é decidido neste fim de semana

Dunga Neto Maresia Paulista Pro Ubatuba Foto Munir El HageDunga Neto Maresia Paulista Pro Ubatuba Foto Munir El Hage

O título principal em disputa é o paulista, mas os atletas também competem de olho no ranking brasileiro, com 3 mil pontos ao vencedor. Entre os participantes, estará o cearense Dunga Neto, um dos mais experientes surfistas em atividade no País e também presidente da Abrasp, entidade que comanda o surf profissional. Ele chega ao evento como terceiro colocado do ranking brasileiro e sabe da possibilidade de chegar ao inédito título. “Seria muito gratificante ser campeão brasileiro, mas procuro ao pensar muito nisso, para não aumentar ainda mais a cobrança. Já estive nessa disputa outras vezes e isso me prejudicou”, destacou o surfista com grande vivência em estar na ponta. Entre as conquistas estão dez vezes campeão cearense, título pan-americano, título nordestino e o vice-campeonato no Hang Loose Pro Contest.

“Todos que estão na disputa pelo título, estão treinando bastante e como a previsão de ondas para o evento não é das melhores, a natureza será a grande favorita”, argumenta Dunga, relacionando sobre Maresias. “Gosto de surfar lá, onde tenho bons amigos. Na época do Super Surf já fiz boas baterias naquelas ondas”, destaca. O atual terceiro colocado sabe da importância de competir no Maresia Paulista, que neste ano garante a maior pontuação no Brasileiro. “Com a mudança no livro de regras acerca do novo formato do Circuito Brasileiro, sem esquecer a situação econômica do País, resolvi investir no circuito regional e, como tive alguns resultados, era necessário competir no Paulista, que é onde estão os pontos mais valiosos. Daí, tudo foi acontecendo ao seu tempo. Só mudei um pouco o meu treinamento”, explica.

Aos 42 anos, Dunga não encara a diferença de idade como alguma dificuldade na competição. “Não encaro isso como uma barreira. Toda bateria é difícil e respeito todos igualmente. Procuro usar a experiência como mais um fundamento para definir as disputas”, argumenta, revelando o “segredo” da longevidade no esporte: “Dedicação, comprometimento e profissionalismo”. “Como qualquer profissão, precisamos abdicar de muitas coisas para atingir nossos objetivos. Com o tempo, precisamos nos reciclar. Agradeço a Deus todo dia por ser feliz trabalhando no que gosto”, complementa Dunga, que como dirigente explica o momento atual do surf brasileiro, diante da situação do País, conseguindo criar uma situação favorável aos competidores. “A economia no País passa por um momento delicado, todos os setores estão retraídos, a Lava-Jato investigando grandes empresas que investiam no esporte. Isso reflete diretamente no surf”, diz.

“Pensando nesse momento, criamos níveis mais baixos de eventos para se adequar ao bolso de possíveis patrocinadores que queriam seus eventos homologados e, consequentemente, atletas profissionais participando. O resultado foi positivo, tivemos etapas no Nordeste, Sul e Sudeste, com disputas regionais para aqueles que não têm patrocínio conseguirem competir em outras regiões. Estamos nos reciclando e enfrentando o momento”, conta.

Por Fabio Maradei

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