Parceiros em prol da temporada de pesca da Tainha

Respeitando a temporada de pesca da Tainha no Farol de Santa Marta, há anos, a pedido dos pescadores artesanais do Farol de Santa Marta, os surfistas locais divulgam este conteúdo com o intuito de alertar aos surfistas sobre a temporada de pesca da tainha e as restrições que esta prática traz ao surf.

O Farol de Santa Marta é uma das regiões onde a convivência entre surfistas e pescadores é uma das mais harmônicas do Estado. A Associação de Surf e Tow-in do Farol de Santa Marta (ASTFSM) preza pela parceria e pelo bom relacionamento com os pescadores locais, além de respeitar e valorizar a prática da pesca artesanal, que sustenta diversas famílias na região, além de manter viva a cultura.

Com o objetivo de manter este bom relacionamento e esta parceria, a ASTFSM utiliza das suas ferramentas de mídia para instruir todos os surfistas (locais e/ou visitantes) de como se comportar durante esta temporada na região, que vai de 1º de Maio a 1º de julho (dois meses).

Surfe na remada – Em 2013, o Pescador Adinho (proprietário do Restaurante Maré Mansa e pai do surfista competidor nativo Bebeto Santiago), pescador artesanal da Prainha do Farol, o qual mantém a tradição da pesca artesanal a muitas gerações, solicitou que transmitíssemos as seguintes informações:

“A pesca de cerco da tainha é uma atividade que já acontece a muitas gerações no Farol de Santa Marta, e deve ser respeitada, tanto pela manutenção da cultura da pesca artesanal na comunidade, quanto pelo sustento de diversas famílias pesqueiras da região. Durante este período é proíbida a prática do surf na Praina do Farol, e regrada na Praia do Cardoso e da Cigana, onde, caso os pescadores estiverem realizando o cerco, os surfistas devem sair da água e aguardar o término da atividade para entrar novamente. Nas outras praias do Cabo de Santa Marta segue o mesmo regramento imposto na praia da Cigana e do Cardoso”.

Ainda conforme Adinho, “não há como proibir a prática do surfe na Praia do Cardoso e da Cigana durante o inverno, pois grande parte das famílias da região obtêm sustento por meio do turismo também, e os surfistas são quem movimentam o turismo durante o inverno (baixa temporada), locando casas, alimentando-se em restaurantes e comprando nos mercados e lojas”.

Na maioria das praias do extremo sul catarinenses não há muita restrição quanto ao surf durante a temporada de pesca, porém, é aconselhável que os surfistas sempre observem se há algum grupo de pescadores procedendo com o cerco, e se houver, não devem entrar na água. Também é aconselhável que sempre perguntem aos pescadores locais sobre como funciona o regramento do surfe no local durante a temporada de pesca. Sendo assim, basta o surfista ter bom senso nos momentos em que os pescadores estiverem exercendo a sua atividade pesqueira.

A prática do tow-in durante a temporada de pesca da Tainha, os pescadores possuem a preferência de uso da praia para o desenvolvimento das suas atividades pesqueiras tradicionais, eles pedem que não haja a prática do tow-in no Farol de Santa Marta, pois os barulhos e os movimentos do jet ski podem afastar os cardumes de peixes que se abrigam próximo à Ilhota da Praia do Cardoso e da Cigana em dias de mar grande.

A ASTFSM (com o apoio da ATOW-INJ) apoia a decisão dos pescadores de proibir o tow-in durante a temporada de pesca e irá auxiliar na divulgação e na fiscalização desta decisão.

A ASTFSM somente autorizará a permanência de jet ski na beira da praia (ou no inside) para a salvaguarda dos surfistas, sendo utilizado para casos de resgate como o de rompimento de cordinha, quebra de prancha, mal súbito, etc. Em casos de mar extremo, sem canal, o jet ski ainda poderá auxiliar o surfista a não ser levado pela corrente que conduz para trás da ilhota, prezando, mais uma vez pela segurança dos surfistas.

Sendo assim, devemos ter consideração pela atividade dos pescadores, pois são apenas dois meses de restrições, onde eles retiram do mar grande parte do seu sustento, assim como eles também tem consideração com os surfistas em liberar o surf quando não tem peixe na praia ou quando as embarcações ficam impossibilitadas de entrarem na água. Com o devido respeito e consideração, ambos os lados podem exercer as suas atividades.

Aproveitamos para convidar todos os surfistas e turistas a degustarem os pratos típicos nos restaurantes locais, elaborados à base de Tainha extremamente fresca, pescadas minutos antes de serem servida e preparadas por quem mais entende do assunto! Ou então leve algumas tainhas para assar em casa! Estas práticas fortalecem a economia local e geram sustento a diversas famílias pesqueiras, além de manter viva a cultura pesqueira artesanal!

Sem mais, a ASTFSM deseja uma ótima temporada de pesca para os pescadores artesanais locais e boas ondas para a galera do surfe!

Foto Divulgação

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