O futuro do skate brasileiro

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O Innersport marcou presença, na última quarta-feira (8/11), no lançamento da Exposição Skt Art XP, realizada no Espaço Unibes Cultural, em São Paulo (SP). A abertura do evento, que segue até este sábado (11/11) reuniu profissionais de diversas áreas do skate com intuito maior de colocar em pauta temas como os Jogos Olímpicos, pesquisa, inovação, terceiro setor, vendas, empreendedorismo, startups, novos negócios e engajamento social com a intenção de chamar a atenção do público para o skate nacional. E, claro, mostrar ao público a criatividade artística de quem vive e respira o esporte do “carrinho”.

O encontro organizado pelo curador da mostra, o jornalista e skatista Paulo Anshowinhas, teve como objetivo principal direcionar o esporte para uma nova vertente profissional, levando em consideração a potência que o Brasil apresenta neste segmento. “Este é um projeto inicial para produzir o desenvolvimento do skate positivo, moderno e atual. O skate está entrando em outro nível de profissionalismo para, assim, poder competir de igual para igual com os americanos e os japoneses, nossos maiores rivais”, diz.

Na abertura da mostra foi promovido o “Skate Business 2017”, que teve como o tema central “Para Onde Vai o Skate” e contou com a participação, entre outras personalidades do esporte, do multicampeão e hoje presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBKs), Bob Burnquist; dos empresários Marcio Tanabe, Vildner de Santis (proprietário da Styllos Sportswear); do presidente da ONG Social Skate, Sandro Testinha; da diretora de Comunicação da CBSk, Tatiana Lobo, e representantes da mídia, como Guto Jimenez, editor da revista Crvis3r Skateboarding.

Também marcaram presença Robson Reco, marketing manager da DC Shoes; Dárcio França, Head da Youp/Skate Run; Fernando Batman Amaral, presidente da WNF/Skate Run; Tiago Moraes, diretor da agência Dabba/Urb; Roberto Oliveira, diretor da TX Filmes/ Canal OFF Video; Anderson Tuca, videomaker; Henrique Romão, do Sebrae/SP, além de produtores de eventos, donos de pistas particulares, investidores, lojistas, publicitários, jornalistas e influenciadores que, de uma forma ou de outra, tem no estilo de vida do skate sua razão de prosperidade.

Durante o “Skate Business 2017” foi colocado em pauta pelos convidados o debate sobre a união das empresas nacionais e o fortalecimento do mercado, além de outros temas. Na opinião de Paulo Anshowinhas, é necessário que haja a conscientização dos empresários para que se crie uma política empresarial e corporativa, para o desenvolvimento de outro formato do que acontece hoje. “Somos reféns das marcas internacionais, que são organizadas e usam como ferramenta o profissionalismo, enquanto as nacionais continuam usando da ‘brodagem’. E isso tem que mudar”.

Esse encontro em prol do empreendedorismo também buscou discutir soluções conjuntas para o cenário do esporte que será disputado pela primeira vez nas Olimpíadas de 2020, em Tóquio, no Japão. “Trata-se de um grande aprendizado e um forte desafio para nós. O skate nacional tem várias vertentes e nosso objetivo é organizar este universo sem excluir ninguém. Queremos somar e fortalecer o skate até 2020”, afirma Tatiana Lobo, em referência aos novos desafios da CBSk.

Segundo Bob Burnquist, os desafios sempre estiveram presentes no universo do skate nacional. “Nunca tive vontade de ser presidente da confederação. Mas enxerguei neste momento uma nova oportunidade de formar um time legal e usar a minha força para endireitar algumas situações para o bom desenvolvimento do skate até 2020. A gente já conseguiu a representatividade olímpica. Agora, vou em busca de novos patrocínios. Enfim, quero dar um novo momento para a entidade”, ressalta.

O pioneiro Marcio Tanabe, por sua vez, declarou que as empresas brasileiras não estão sabendo se comunicar com o mundo externo. “Quando o mercado brasileiro viu novas empresas de fora do mundo específico do skate investindo em eventos do esporte, elas entenderam que estavam se livrando de despesas e deixou de investir em grandes eventos nacionais. As empresas que investem no skate hoje não são as que criaram este cenário. Portanto, acho que deve haver um pacto da indústria nacional, entre todos os empresários, com investimento sério para se resgatar o circuito profissional brasileiro, seja ele do tamanho que for, do tamanho que a indústria puder patrocinar hoje. Só assim vamos resgatar o valor que o nosso skate merece”, ressalta.

Já no que se refere à questão social que envolve a modalidade, Sandro Testinha disse que, para que as inovações no skate, como ferramenta de inclusão, sejam alcançadas, “é necessário que as empresas nacionais tenham uma visão para esta vertente, uma vez que muitas crianças são apaixonadas pelo skate e, por meio dele, é que conseguimos inserir valores de cidadania e, assim, refletir na vida de uma comunidade. O meu trabalho, como de outros ativistas, é criar mais cidadãos de bem. O Brasil e o skate também precisam disso”.

Na opinião de Bruno Assami, diretor-executivo da Unibes Cultural, o skate é um ambiente democrático, em que se consegue estabelecer a profusão de uma expressão. “São várias pessoas que conseguem convergir nesta experiência de se atingir uma prática na formação de uma cultura. Ele influencia na economia, no comportamento, na arte, em movimentos musicais”, declarou. Ele avisou que o espaço está de portas abertas para a próxima edição do evento em 2018.

A mostra Skt Art XP e todas os seus modos de expressão tem como meta abrir espaço para um grande número de artistas altamente criativos e talentosos que fazem do skate o principal suporte e inspiração para criações incríveis. Na lista exposta estão obras de Alê Jordão, Chivitz, César Cartum, Danilo Gonçalves, Didu Losso, Everaldo Ratones, Fabio Tirado, Flávio Sponton, Freu Gomes, Harry Jumonji, Marcelo Panizza, Marcelo Barnero, Marcelo Panizza, Marco Pinheiro, Sesper, Taitai, Vavá Pereira, William Ferramosca e Coletivo Sk8Art4Life encabeçado por Fokinha Art Worx e Marilda Delevedore.
A mostra Skt Art XP e o “Skate Business 2017” são uma realização conjunta da Anshocom Entretenimento, Ação Concreta e Unibes Cultural, com apoio da Prefeitura de São Paulo, Secretaria de Empreendedorismo, Urbann Boards, Monster e Layback Beer.

Redação InnerSport

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