Museu do Skate Soviético no Brasil

Por meio de uma exposição, que ainda terá sua data divulgada, os skatista brasilieros vão poder conhecer um pouco sobre a história do skate na União Soviética, por meio da mostra Museu do Skate Soviético, uma coleção única no mundo sobre skates, peças, artigos e vídeos relacionados ao universo do skate na União Soviética, mantida desde 2005 por Gleb Bentsiovski, em Minsk, Belarus. A coleção abrange o período que vai do fim dos anos 70 até o fim da União Soviética, no início dos anos 90.

O país foi constituído por várias repúblicas da Europa Oriental caracterizada pelo idealismo comunista, forte investimento na indústria militar e bloqueio econômico-cultural com países capitalistas. A história do skate soviético inicia no fim dos anos 70 através da construção de skates artesanais, incentivadas por diversas revistas e almanaques da época.

O bloqueio econômico da URSS obrigou o povo soviético a fabricar em casa muitas das coisas que eram difíceis de comprar e isso influenciou o desenvolvimento do skate local. Cada skatista era também um artesão. A coleção de revistas do Museu do Skate Soviético apresenta toda uma série de artigos com detalhes, desenhos e esquemas de fabricação e montagem de skates que vão desde o shape, parafusos, eixos até as porcas. O nível de criatividade era limitado apenas aos componentes e materiais disponíveis na época.

Em seguida, o início da produção dos skates soviéticos ocorreu nas mesmas fábricas que produziam armas militares, porque o governo soviético obrigava essas fábricas a também produzirem artigos para a população.

Nos anos 80 apareceram as primeiras marcas de skate como Rula na Estônia, Ripa na Latvia, Start na Rússia e Virazh na Ucrânia e, cada uma mostravam muita originalidade em design e tecnologia.

Curiosamente o skate também era uma das principais atrações do circo soviético. O grupo de 8 skatistas acrobatas de Anatolia Kalinina fez grande sucesso nos anos 80 e até foi chamado de o futuro do circo, pois introduziu uma técnica circense revolucionária para o circo da época.

Os skates utilizados eram fabricados pela própria companhia de circo. E algumas das manobras apresentadas só foram replicadas pelos skatistas comuns cerca de 20 anos mais tarde na Mega Rampa. As poucas revistas da época e a maneira como o skate era representado pela mídia local será mostrado através de exemplares originais e vídeos da época.

O skate atual nos países pós-soviéticos estará representado através de pro decks, revistas e vídeos da Ucrânia e Belarus que são países que tem um trabalho de cooperação com o skate brasileiro através de Tadeu Ferreira.

Por Marcos Bollmann

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