Motta e Sophia representarão o Brasil na Austrália em 2019

Eduardo Motta / Foto Pedro MonteiroEduardo Motta / Foto Pedro Monteiro

Os quatro atletas que chegaram em Búzios como líderes do Circuito garantiram os títulos gerais do Rip Curl Grom Search 2018, no último domingo (25), na 2ª e decisiva etapa na Praia do Geribá. Com as conquistas na sub16, Eduardo Motta (mirim) e Sophia Medina (feminina) garantiram as vagas para representar o Brasil na final mundial do evento, em 2019, em algum lugar do mundo, com as viagens custeadas pela Rip Curl. Caio Costa, único atleta a chegar em duas finais (novamente) faturou na iniciante (sub14) e Guilherme Fernandes foi o melhor da grommet (sub12). Em comum entre os quatro novos campeões é que todos são paulistas, sendo que os três últimos atletas do Instituto Gabriel Medina (IGM). Eduardo Motta e Caio Costa já haviam faturado títulos no Rip Curl Grom Search, ambos na sub12, em 2014 e 2016, respectivamente.

Eduardo Motta / Foto Pedro Monteiro

Mottinha e Gui Fernandes terminaram suas participações com 100% de aproveitamento, enquanto que Sophia e Caio ficaram em segundo lugares em suas finais, com vitórias da carioca Júlia Duarte, entre as meninas, e do potiguar Fabrício Rocha na sub14. No total, a etapa reuniu surfistas de nove estados, em dois dias de muitas disputas acirradas e grandes shows de surf. “Estamos felizes de ter realizado a 19ª edição consecutiva no Brasil. São 19 anos de Grom Search e agradecer os pais, os treinadores e claro, os atletas, que fazem o possível e o impossível para estar aqui. Tivemos nove estados competindo em Búzios. E agradecer todos os parceiros que nos ajudaram, sobretudo a Guaraná Antarctica, mais um ano junto com a gente na revelação de grandes nomes do surf brasileiro”, vibrou o gerente de marketing da Rip Curl, Fernando Gonzalez.

Em Búzios, o primeiro título foi entre os caçulas da sub12. Guilherme Fernandes, de São Sebastião, foi muito superior aos três rivais, tanto que suas notas descartadas ainda o garantiriam na liderança. Ele abriu a bateria com um 7,5 e ampliou a vantagem com 5,75. O segundo colocado, Daniel Duarte, de Bertioga, somou 7,65, enquanto que Murillo Coura, também de São Sebastião e rival direto pelo título, ficou em terceiro, com 6,5. O baiano Rayan Fadul completou a final. “É um dos campeonatos mais importantes do Brasil, de nível altíssimo. Estou amarradão, porque tinha muito atleta bom na disputa”, comemorou o campeão.

Na iniciante, Caio Costa começou bem e dava mostrar que repetiria as outras boas performances feitas na etapa, mas nas sétima e oitava ondas, Fabrício Rocha virou o resultado, com 7,25 e 6,5. O novo campeão ficou perto de recuperar a ponta. Precisava de 7,5 e tirou 7,25, ficando a diferença de 25 décimos no placar final. 13,75 a 13,5. Rodrigo Saldanha ficou em terceiro e o talento local, Sunny Pires, em quarto. “Fiquei muito feliz por ter garantido o título desse circuito de alto nível e muito importante para a minha carreira amadora”, disse Caio, também enaltecendo a sua preparação física e técnica para enfrentar dois títulos em alto rendimento na etapa – foi o terceiro na mirim, terminando em terceiro no ranking. “Além dos técnicos na praia, temos um treinamento especial para estar pronto para isso”, falou.

Sophia Medina / Foto Pedro Monteiro

Sophia Medina / Foto Pedro Monteiro

Na feminina, Sophia Medina mostrou um grande poder de superação. No sábado, enfrentou um ataque de águas vivas, e na semifinal, cometeu interferência e teve calma para se recuperar e garantir a classificação. Já na decisão, chegou a estar em quarto lugar, oscilando com o terceiro lugar, resultados que não garantiram o título, mas teve calma para ir buscar a segunda posição, com uma forte batida na junção. “Vim me dedicando bastante, me esforçando, treinando no Instituto e graças a Deus eu pude comemorar. Jesus me ajudou muito. Quero agradecer a todos os meus patrocinadores, meus técnicos. Parabéns todas meninas, a final foi muito forte. Estou muito feliz com o resultado e minha performance. Conseguiu mostrar o meu surf”, falou Sophia, acompanhada da mãe, Simone Medina, e do pai, Charles, que fez uma “escala” especial em Búzios, entre o Havaí e a Austrália, para estar junto, tanto da filha quanto da equipe do Instituto Gabriel Medina.

A vencedora da etapa e vice-campeã geral, Júlia Duarte, também comemorou o resultado. “Fiquei nervosa, mas esperei, acalmei e deu tudo certo”, comentou a atleta do Rio, que atualmente mora em Maresias, treinando no Instituto Gabriel Medina. Maju Freitas, do Rio de Janeiro, foi a terceira e a catarinense Lanai Henrique, rival direta de Sophia pelo título, terminou em quarto. Na última final do dia, outra grande disputa. Caio Costa em sua segunda decisão, abriu com 5,25. O cearense radicado no Rio de Janeiro, Cauã Costa, pulou de quarto para primeiro, com um 9,5, a maior nota do evento. Mesmo com o título praticamente assegurado, Eduardo Motta surfou muito bem e assumiu a ponta com um 8,5 e um 7,65. Na apresentação, empolgou o público, dando a sua manobra preferida no momento, a Kerrupt Flip. “Venho treinando essa manobra há muito tempo e hoje deu certo. Tudo deu certo”, destacou.

Cauã ficou em segundo, com Caio em terceiro (colocações que também tiveram no ranking) e Daniel Adisaka ficou em quarto lugar. “Estou amarradão por ser campeão. Há alguns anos venho tentando esse título, que é importante para todos garotos de até 16 anos, porque é um começo, a primeira oportunidade de representar o Brasil. Ano passado foi vice e agora, no meu último ano consegui. Vamos representar bem o Brasil e espero trazer esse título”, festejou.

Por Fabio Maradei

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