Mineirinho nas oitavas do US Open

Adriano de Souza (SP) (@WSL / Kenneth Morris)Adriano de Souza (SP) (@WSL / Kenneth Morris)

O campeão mundial Adriano de Souza foi o primeiro brasileiro a passar para as oitavas de final do QS 10000 Vans US Open of Surfing. Adriano de Souza começou o quarto dia do US Open completando uma dobradinha brasileira vencida pelo catarinense Yago Dora na bateria que abriu a terceira fase. Eles despacharam o havaiano Keanu Asing e o americano Kei Kobayashi e foram os únicos que voltaram a competir no fim do dia, nas duas baterias que definiram os primeiros classificados para as oitavas de final. Mineirinho disputou a última do dia e tirou a maior nota – 7,67 – para vencer por 13,47 pontos. O americano Kolohe Andino ficou perto com 12,37 e o marroquino Ramzi Boukhiam foi eliminado com 7,83 nas suas duas melhores ondas.

Yago Dora (SC) (@WSL / Kenneth Morris)

Yago Dora (SC) (@WSL / Kenneth Morris)

O líder do ranking do WSL Qualifying Series, Peterson Crisanto, os tops do CT, Italo Ferreira e Michael Rodrigues e três que defendem vagas no grupo dos dez que sobem para a elite da World Surf League, Alejo Muniz, Jadson André e Miguel Pupo, passaram suas baterias na quinta-feira, em mais um dia de ondas pequenas e difíceis para competir em Huntington Beach. Sete brasileiros não conseguiram e saíram da briga do título da segunda etapa com pontuação máxima do ano.

Yago Dora entrou na primeira bateria da quarta fase, mas acabou cometendo um erro e foi penalizado com uma “interferência”, que foi fatal na difícil condição do mar porque só computaria uma nota, contra duas dos adversários. O australiano Reef Heazlewood entrou no evento com uma vaga conquistada na triagem e venceu a bateria. O americano Griffin Colapinto passou em segundo e os dois entraram no G-10 do QS. O californiano já é da elite e vai garantindo sua permanência entre os 22 primeiros do CT, então não precisa da vaga. Mas, o australiano sim e um bom resultado em um QS 10000 é decisivo para entrar no grupo dos top-34 da World Surf League.

O dia foi tenso, pois não havia muitas oportunidades para surfar nas baterias, as ondas demoravam a entrar e a maioria fechava rápido, sem abrir uma parede mais longa. Então, a busca passou a ser por rampas para voar e os aéreos arrancaram as maiores notas do dia. Só que era preciso ter sorte em achar ondas para isso também. Depois da dobradinha brasileira de Yago Dora e Mineirinho na primeira bateria, vieram quatro eliminações seguidas, além da do peruano Lucca Mesinas, que perdeu por menos de 1 ponto para os americanos Kolohe Andino e Griffin Colapinto.

O cearense Heitor Alves arriscou os aéreos, porém sem completar as manobras e ficou em último na sua bateria, assim como Jessé Mendes na dele. Mais dois paulistas caíram na seguinte, Deivid Silva e Thiago Camarão, que defendiam vagas no G-10. Deivid chegou na Califórnia em sétimo no ranking e já caiu para nono com os resultados da quinta-feira. Camarão estava em décimo e saiu da zona de classificação para o CT, terminando o dia em 14.o lugar. Um dos que o ultrapassou foi o também paulista Miguel Pupo.

Depois da eliminação dupla de Deivid Silva e Thiago Camarão para o havaiano Ezekiel Lau e o americano Cam Richards, começou a bateria com participação tripla do Brasil na terceira fase e mais dois foram eliminados. Pupo até achou boas ondas para vencer com duas notas na casa dos 6 pontos e entrar no G-10. Ele começa a defender vaga na lista na sexta-feira. Já o baiano Bino Lopes e o paulista Victor Bernardo saíram da briga porque o francês Jorgann Couzinet impediu uma segunda dobradinha brasileira na quinta-feira.

Essa falhou, mas o líder do ranking, Peterson Crisanto, e Jadson André, que era o último do G-10, conseguiram contra o taitiano Mihimana Braye e o sul-africano Beyrick De Vries. O mar melhorou nessa hora, entraram boas ondas e os dois acertaram os aéreos e as manobras para fazerem a melhor bateria do dia. Jadson já começou com 7,83 em sua primeira onda e Peterson ganhou 8,30 na terceira que surfou, a maior nota da quinta-feira. O paranaense seguiu invicto defendendo a ponta do ranking somando 14,40 pontos, contra 14,13 do potiguar.

Na bateria anterior, o havaiano Tanner Hendrickson tinha atingido 14,50 com a nota 8,07 da sua melhor onda contra o potiguar Italo Ferreira, que despachou dois franceses para passar em segundo lugar. Foi assim que o cearense Michael Rodrigues também avançou no confronto com três australianos, encerrado com menos de 1 ponto de diferença entre o primeiro e o quarto colocado. Cooper Chapman ficou em primeiro com 11,60 pontos, contra 11,17 do brasileiro, 11,07 de Matt Banting e 10,73 de Ethan Ewing.

Em outra disputa acirrada, definida por uma pequena diferença, o catarinense Alejo Muniz fechou a participação brasileira na terceira fase com vitória sobre o defensor do título do Vans US Open of Surfing, Kanoa Igarashi. Alejo venceu por 12,37 pontos e já tirou o terceiro lugar no ranking do australiano Mikey Wright. O japonês passou em segundo superando por pouco o australiano Davey Cathels, 11,90 a 11,67. O havaiano Benji Brand ficou em último com 9,93.

Esta foi a última rodada de confrontos formados por quatro competidores. Na quarta fase, as baterias são com três surfistas e os dois primeiros avançam para as oitavas de final, quando os duelos passam para o sistema homem a homem que prossegue até a decisão do título. As duas primeiras já rolaram na quinta-feira e Adriano de Souza ganhou a última do dia. As outras seis devem abrir a sexta-feira, a partir das 7h00 na Califórnia, 11h00 no Brasil.

Os brasileiros vão disputar classificação para as oitavas de final em quatro baterias seguidas. Miguel Pupo vai começar a defender sua permanência no G-10 na segunda do dia, contra dois americanos, Tanner Gudauskas e Cam Richards. Na seguinte, entram Michael Rodrigues e Jadson André com o havaiano Tanner Hendrickson. Depois, serão Italo Ferreira e Peterson Crisanto contra o australiano Cooper Chapman. E Alejo Muniz tem um confronto direto com o vice-líder do ranking, o havaiano Seth Moniz, na bateria completada pelo sul-africano do CT, Michael February.

Por João Carvalho

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