Mais brazucas na 3ª fase da segunda etapa da WSL

Foto destaque Adriano de Souza: @WSL / Matt DunbarFoto destaque Adriano de Souza: @WSL / Matt Dunbar

O campeão mundial Adriano de Souza e os também paulistas Filipe Toledo e Miguel Pupo, venceram suas baterias no mar desafiador da quinta-feira na Austrália, com grandes ondas de 8-10 pés em Main Break para a primeira rodada eliminatória do Drug Aware Margaret River Pro. Gabriel Medina perdeu o primeiro confronto do dia, mas Mineirinho ganhou o duelo brasileiro com o potiguar Jadson André, Filipe despachou o francês Joan Duru e Pupo ganhou a última vaga para a terceira fase do australiano Stuart Kennedy. Os três e Caio Ibelli, Ian Gouveia e Jessé Mendes, que estrearam com vitórias em North Point na quarta-feira, seguem na disputa do título da segunda etapa do World Surf League Championship Tour 2017 na Austrália.

Filipe

Filipe Toledo: @WSL / Ed Sloane

Foi na segunda bateria 100% brasileira em Margaret River que Adriano de Souza, campeão desta etapa em 2015, disputada igualmente em ondas desafiadoras como as da quinta-feira em Main Break, conseguiu a primeira classificação do dia. O mar tinha melhorado bastante, Mineirinho fez uma boa escolha de ondas e surfou bem, com segurança, para tirar quatro notas na casa dos 6 pontos. Jadson André precisou arriscar mais e até viu sua prancha ser partida ao meio pela potência das ondas de M-River. O potiguar perdeu tempo para sair do mar e trocar o equipamento, mas depois surfou suas melhores ondas. Só que Adriano respondeu com a maior nota – 8,1 – da bateria para fechar o placar em 14,60 a 10,84 pontos.

Brasil x Austrália – O próximo adversário de Adriano de Souza na sua busca por um segundo título em Margaret River é o veterano Bede Durbidge, australiano que ele já eliminou quatro vezes, derrotando-o inclusive na rodada de abertura da primeira etapa deste ano, na Gold Coast. Filipe Toledo também vai enfrentar um australiano na terceira fase, o estreante na elite, Connor O´Leary, que começou muito bem no CT com um terceiro lugar nas semifinais do Quiksilver Pro e barrou o também ubatubense Wiggolly Dantas na quinta-feira em Main Break. Filipinho não tinha passado nenhuma bateria na Gold Coast e estreou com derrota em Margaret River. Mas, aproveitou a segunda chance de classificação para a terceira fase despachando o francês Joan Duru por 15,00 a 12,03 pontos. Sempre questionado sobre sua habilidade em surfar ondas maiores, ele competiu bem, tentando fazer o que a onda pedia, alongando as manobras com grandes cavadas para atacar forte as partes mais críticas das direitas enormes de Main Break. Ele foi construindo uma boa vantagem a cada apresentação e computou notas 7,67 e 7,33 para vencer um dos estreantes na elite deste ano.

Filipe Toledo ganhou sua primeira bateria do ano na quinta-feira, mas Wiggolly Dantas não conseguiu e novamente ficou em último lugar como na Gold Coast. Além dele, mais quatro surfistas passaram em branco nas duas primeiras etapas da temporada, os australianos Josh Kerr e Ethan Ewing, o italiano Leonardo Fioravanti e o francês Joan Duru. Wiggolly não achou as ondas na sua bateria e foi barrado por um dos estreantes na elite deste ano, Connor O´Leary, por 13,43 a 8,94 pontos. Além dele, o campeão mundial Gabriel Medina e o potiguar Jadson André também terminaram em 25.o lugar no Drug Aware Margaret River Pro, marcando apenas 500 pontos no ranking e recebendo 10.000 dólares pela participação.

Vitória e derrota – A quinta-feira amanheceu com o mar enorme em Margaret River e até ficou a expectativa se a competição ia rolar nos perigosos tubos de The Box. Mas Main Break estava melhor, só que o vento forte no início do dia agia negativamente na formação das ondas. Foram essas condições que Gabriel Medina enfrentou na primeira bateria. Ele e o australiano local de M-River, Jacob Willcox, tiveram poucas oportunidades para surfar e a bateria foi nivelada por baixo.

Pupo

Miguel Pupo: @WSL / Ed Sloane

Nos 5 minutos finais, Medina precisava de apenas 3,43 pontos para vencer. Na primeira tentativa de virar o placar, ele fez três manobras numa onda difícil, mas recebeu nota 3,33. O australiano também faz mais uma onda bem surfada para tentar trocar o 3,67 da sua primeira nota e consegue 5,10 para aumentar a vantagem para 4,86 sobre o brasileiro. Medina ainda pega uma onda no último minuto, mas erra a primeira manobra e acaba eliminado por 10,53 a 9,00 pontos. Mas, se a quinta-feira começou com uma inesperada derrota de Gabriel Medina para o trialista Jacob Willcox, pelo menos terminou com vitória brasileira de Miguel Pupo sobre outro australiano, Stuart Kennedy. Medina e Pupo moram na Praia de Maresias, em São Sebastião, e as duas baterias foram fracas de ondas. Só que Miguel conseguiu garantir sua vitória nas duas últimas que surfou. Elas valeram notas 5,70 e 5,17 e superaram o 4,90 e 4,27 das duas melhores do australiano no placar de 10,87 a 9,17 pontos.

Favoritos eliminados – Além de Gabriel Medina, outros favoritos foram eliminados na quinta-feira de grandes ondas em Margaret River. O vice-líder do ranking 2017, Matt Wilkinson, perdeu o segundo duelo do dia para o norte-americano Nat Young, que está substituindo o contundido Italo Ferreira nessa etapa. Na bateria seguinte, Owen Wright com sua lycra amarela do Jeep WSL Leader, espantou a zebra derrotando o havaiano Ezekiel Lau por uma pequena diferença de 14,40 a 13,00 pontos. Também por pouco, o tricampeão mundial Mick Fanning foi barrado pelo jovem americano Kanoa Igarashi por apenas 1 centésimo de vantagem no placar encerrado em 12,77 a 12,76 pontos. Já a melhor bateria do dia foi a do português Frederico Morais com o australiano Adrian Buchan. Ambos surfaram grandes ondas e ganharam as maiores notas do dia. A do português foi 8,57 e a do australiano um pouco melhor, valeu 8,83 que somou com o 7,67 da sua última onda para atingir 16,50 pontos. Frederico computou um 6,93 e totalizou 15,50, que seriam suficientes para vencer dez das doze baterias disputadas na quinta-feira.

Por João Carvalho

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