Projeto Atlântico Energia deixa Litoral Sul Paulista em alerta

Imagem aérea dos limites da Terra Indígena Piaçaguera (Foto: Carlos Penteado/CPI-SP)Imagem aérea dos limites da Terra Indígena Piaçaguera (Foto: Carlos Penteado/CPI-SP)

Está em estudos a construção de um complexo termoelétrico na cidade de Peruíbe, Litoral Sul de São Paulo, que está deixando os moradores de seis cidades litorâneas muito preocupados. Os estudos ainda encontram-se em fase de licenciamento ambiental, mas já está dando o que falar. O projeto é composto por uma usina termoelétrica de gás natural, mais de 90km de linha de transmissão, um terminal offshore de gás natural e 80km de gaseoduto. O orçamento previsto é de R$ 5 bilhões.

A linha de transmissão do gasodutos marítimo e terrestre vai atravessar os municípios de Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente e Cubatão, caso seja aprovado. A culpada em deixar os moradores em pânico é a empresa Gastradin Comercializadora de Energias S/A que tramita junto à CETEB o Projeto Verde Atlântico Energias, que visa a instalaçao de um complexo termoelétrico na cidade de Peruíbe.

Caso o empreendimento seja aprovado, a usina impactará os Parques da Serra do Mar e Xixová-Japuí, a Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha do Litoral Centro que abriga um berçário marinho de diversas espécies, as Unidades de Conservação do Mosaico da Juréia, a Área de Proteção Ambiental (APA) de Cananéia-Iguape-Peruíbe, ilhas de refúgio da vida silvestre, bem como Territórios Caiçaras e a Terras Indígenas, como a Piaçaguera, Nhamandú Mirim, Itaóca, Guarani do Aguapeu e Rio Branco. Ainda, a execução das obras exigirá a supressão da vegetação do Bioma Mata Atlântica, protegida pela lei federal 11.428/06 que, segundo o próprio parecer técnico da CETEB, acarretarão impactos socioambientais.

Os moradores da região, ONGs, associações e movimentos sociais são contra o empreendimento e vêm protestando contra a instalação da usina. Para eles, além do empreendimento representar um grave ataque ao ecossistema, a cidade de Peruíbe seria totalmente descaracterizada e sofreria um processo de transformação social e econômica parecido com a cidade de Cubatão.

Com a instalação da usina, a cidade de Peruíbe, conhecida como a terra da eterna juventude e procurada pelos turistas por suas belezas naturais, ar puro, cachoeiras, praias exuberantes e pelas propriedades terapêuticas, dermatológicas, antialérgicas e antissépticas da Lama Negra, perderia a sua vocação turística e precisaria lidar, diariamente, entre outros, com a poluição da água, a precipitação de chuvas ácidas comprometendo a qualidade do ar, problemas relacionados à ausência de infraestrutura (a cidade sequer tem hospital municipal), a chegada de trabalhadores em busca de emprego sem qualquer assistência e ameaças constantes de explosões e vazamentos de óleo e outros produtos químicos.

No último dia 17 de agosto, a audiência pública designada para ocorrer na cidade de Peruíbe foi cancelada. Antes do início do evento público, a população foi proibida de entrar no local (oferecido pela própria empresa) porque o empreendedor alegava não ter espaço suficiente para todos os interessados. Diante das manifestações de protesto, a audiência foi redesignada para o dia 28 de setembro, às 18hs, no Peruíbe Palace (av. 24 de dezembro, 30 – Centro). Se você é contra este empreendimento que pode ameaçar a fauna e a flora de Peruíbe e região, apoie esta causa aqui.

Redação InnerSport

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