Jojó é uma das estrelas no Fico Surf Festival

Jojó de Olivença / Foto Silvia WinikJojó de Olivença / Foto Silvia Winik

Com novo cenário, agora na Praia do Tombo, em Guarujá, o Fico Surf Festival será realizado nos dias 30 deste mês a 1º de abril, e entre os nomes confirmados estará o bicampeão brasileiro e ex-WCT, Jojó de Olivença, que tem total ligação com a competição. Baiano radicado há mais de duas décadas na cidade que será a nova sede do evento, ele garantiu um de seus títulos nacionais com uma final no Fico Surf Festival de 1988.

Jojó de Olivença no Projeto Ondas / Foto Silvia Winik

Mesmo depois de encerrar a carreira como profissional, Jojó nunca deixou competir e, inclusive, tem em sua galeria de grandes conquistas a prata no Mundial Master da ISA, em 2011, em El Salvador, ficando à frente de Fábio Gouveia. Animado com o campeonato, ele espera uma combinação entre boas disputas e muita confraternização. “Porque essa galera tem competição no sangue. Tem uns que estão mais fora do ritmo, mas outros muito bem”, ressalta.

“Ainda mais com premiação em jogo. Passagem para o Peru é um incentivo. Quem não gostaria de ir pegar ondas no Peru? Espero isso, uma brincadeira saudável, com espírito competitivo presente. A expectativa, com certeza, não é pequena. Vai ser muito bacana poder rever a galera. Esse espírito amistoso vai rolar com certeza, pelo revival de toda a história da década de 80”, destaca.

Aos 50 anos de idade, Jocélio de Jesus, nasceu em Ipiaú, na Bahia, aos cinco mudou-se para Olivença, ao sul de Ilhéus, onde aprendeu a surfar e herdou o apelido. O surf começou nas folgas das pescarias quando era criança. Primeiro aprendeu a pegar jacaré, depois com uma prancha de madeira, uma de isopor até se aventurar na primeira prancha emprestada. Aos 22 anos, decidiu trocar a tranquila cidade baiana por Guarujá, onde mora até hoje e desenvolveu seu projeto social.

Além do bicampeonato brasileiro, em 88 e 92, Jojó integrou a elite mundial por cinco anos, entre 94 e 98. Entre seus melhores momentos, a final nas Ilhas Reunião contra Sunny Garcia, logo na estreia, campeonato que também tem a ótima recordação de ter vencido Kelly Slater. Naquele ano, foi eleito o Rookie of the Year, o novato do Circuito, e terminou na excelente 11ª colocação.

Também chegou a outra decisão em 97, na França, contra o mesmo Slater. “Foi um ano de bons resultados, com um quinto no Pipe Masters”, comenta, voltando à realidade atual. “Preciso treinar, porque gosto de surfar bem e estou trabalhando bastante, me envolvendo com a ONG”, fala referindo-se ao projeto Projeto Ondas, surf e cidadania, em Guarujá, que comanda há quase duas décadas.

O objetivo é oferecer aos jovens em situação de risco social da Cidade, a mesma chance que ele teve com o surf, porém mais do que formar competidores, ele resume que quer ter cidadãos, surfando a onda da vida com excelência. “Aproximadamente 500 crianças já passaram pela ONG. Atualmente atendemos 60 jovens nos programas básicos e vamos abrir mais 60 vagas com o curso de tecnologia e 20 no curso de produção e manutenção de pranchas. Continuamos crescendo, ampliando no quantitativo e qualitativo”, determina.

Por Fabio Maradei

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