J-Bay contra tubarões

Mick Fanning of Australia is attacked by a shark during the Final of the JBay Open on Sunday July 19, 2015. Fanning was not harmed during the incident.Mick Fanning of Australia is attacked by a shark during the Final of the JBay Open on Sunday July 19, 2015. Fanning was not harmed during the incident.

Depois do terrível incidente ocorrido no ano passado, com um tubarão se debatendo com Mick Fanning em plena bateria final, felizmente mordendo apenas a cordinha da prancha que é amarrada no tornozelo dos surfistas, a World Surf League tomou algumas providências importantes para aumentar a segurança dos atletas. No entanto, destaca que nunca houve ataques de tubarões na história da etapa sul-africana em Jeffreys Bay, mas que o esporte é disputado no habitat deles e em outras praias do circuito também é comum a presença da espécie, como Margaret River, na Austrália, por exemplo.

Mick Fanning (AUS) / Foto Kirstin

Mick Fanning (AUS) / Foto Kirstin

O australiano já está na África do Sul desde a semana passada e levou outro susto durante uma sessão de treinos em Jeffreys Bay, mas nada de tubarões, foi uma torção no tornozelo que ele garante que não vai lhe tirar do campeonato. “Obviamente fiquei preocupado se eu poderia surfar, mas depois de consultar o fisioterapeuta, os sinais começaram a ficar positivos e com o tempo para a reabilitação e algumas faixas, acho que vai dar. Eu espero conseguir remar e competir. J-Bay é um lugar muito especial para mim, então vou fazer tudo o que puder para participar do campeonato”.

A principal novidade da World Surf League para garantir maior segurança para os atletas, é a Clever Buoy na área da competição, uma boia com um sonar que detecta a presença de tubarões e passa o alerta até via aplicativo em telefones celulares. Além disso, também foi providenciado um avião de pequeno porte, especialmente para patrulhar toda a região de Jeffreys Bay próxima do campeonato. E também terão mais barcos no mar e um piloto de jet ski para cada atleta.

“Ninguém entra remando. E se o mar estiver pequeno, o atleta será escoltado até o outside (local onde entram as ondas). Cada um terá seu piloto particular”, garante Renato Hickel, Deputy Commissioner da World Surf League e gerente do circuito Championship Tour, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo. “A WSL está engajada na busca por tecnologias que estão aparecendo no mercado para diminuir o potencial de ataques de tubarões. Mas, não existe nenhuma ainda que seja 100% eficiente. Os oceanos são dinâmicos, é um campo de ação perigoso, e tubarões fazem parte desse ecossistema. E os surfistas, mais do que ninguém, sabem que eles competem num habitat de vida marinha. Eu já vi tubarão passando, como vi foca, baleia, e, em seis décadas, o único caso registrado em J-Bay foi o do Mick Fanning”.

João Carvalho

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