Italo agora compete com a lycra amarela

Italo Ferreira (RN) (@WSL / Ed Sloane)Italo Ferreira (RN) (@WSL / Ed Sloane)

O potiguar fez soar o sino de Bells Beach, na última quarta-feira, dia 4, na Austrália. Uma vitória brasileira que também ficará marcada para o tricampeão Mick Fanning, pela despedida do australiano do mundial de surfe. Fanning sai de cena também sem a quebra do recorde que não conseguiu conquistar que era o quinto título nas ondas de Bells, no seu quintal de casa. Tudo isso porque Italo apresentou uma campanha impecável nas ondas de Bells Beach e na final comprovou isso, e conquistou a sua primeira vitória e, agora, entra na corrida pelo título mundial de 2018, junto com o australiano Julian Wilson, compartilhando a tão desejada Lycra Amarela.




“Eu nem consigo acreditar ainda nisso tudo. É incrível, a minha primeira vitória, o Mick Fanning é meu ídolo, nossa, estou muito feliz”, disse Italo Ferreira. “Eu tenho trabalhado duro nos últimos anos. Lembro da minha primeira final com o Filipe (Toledo) em Portugal (em 2016), estava tão perto da vitória, mas agora consegui. O ano passado foi difícil pra mim, por causa da minha lesão depois da Gold Coast, que me deixou de fora por dois meses. Foi terrível e trabalhei muito forte para me recuperar, então agora é o melhor sentimento, muita felicidade pela vitória neste lugar incrível que é Bells Beach e contra um cara iluminado na final, um herói”.

Italo agora vai competir com a lycra amarela do Jeep Leaderboard pela primeira vez na próxima etapa, o Drug Aware Margaret River Pro, que começa na quarta-feira (11), com prazo para fechar a “perna australiana” até o dia 22 de abril. Depois, os melhores surfistas do mundo vêm para o Brasil, para a segunda edição do Oi Rio Pro em Saquarema, de 11 a 22 de maio na “Cidade do Surf” da Região dos Lagos do Rio de Janeiro, que no ano passado terminou também com vitória brasileira de Adriano de Souza na Praia de Itaúna.

Mineirinho foi o primeiro e até então único brasileiro a vencer o Rip Curl Pro Bells Beach, em 2013. Ele balançou tão forte o troféu, que o sino acabou caindo de tanto badalar. Foi também, a primeira e única vez que isso aconteceu. O potiguar Italo Ferreira festejou bastante no pódio, tocando o sino da 37.a vitória do Brasil na história da World Surf League, a primeira do surfista de Baía Formosa em sua quarta temporada no grupo de elite que disputa o título mundial.

Italo foi criado em ondas para a direita como as de Bells Beach e vinha batendo seus próprios recordes a cada bateria, com o seu backside agressivo e vertical liquidando todos os adversários que enfrentou no último dia. Ele já tinha registrado as maiores marcas do Rip Curl Pro no duelo brasileiro com Filipe Toledo na terceira fase, 16,60 pontos com notas 8,50 e 8,10. Nas quartas de final que abriram a quinta-feira, atingiu 17,86 com 8,83 e 9,03 contra o havaiano Ezekiel Lau. E na semifinal com Gabriel Medina, ganhou 9,17 na melhor onda do evento na análise dos juízes, para derrotar o campeão mundial por 16,00 a 14,10 pontos.

“Eu só quero dizer obrigado Deus e dedicar essa vitória a minha família, minha namorada e todas as pessoas que tem me apoiado ao longo desses anos”, disse Italo Ferreira. “Eu sou uma pessoa muito feliz por ser este o meu trabalho e eu só tentei fazer o meu melhor nas ondas que surfei em cada uma das baterias. Eu sabia que tinha que continuar assim na final e o Mick (Fanning) é um dos meus surfistas favoritos, o melhor concorrente e só tenho que agradecer a ele por tudo que já fez para o nosso esporte”.

O potiguar conquistou a 37ª vitória verde-amarela na história da World Surf League. Ele foi o 14º brasileiro a vencer etapas válidas pelo título mundial da temporada, desde a criação do circuito em 1976. Gabriel Medina é quem tem mais vitórias, nove, seguido pelo também campeão mundial Adriano de Souza com sete, Filipe Toledo com cinco, Fabio Gouveia com quatro, os irmãos Teco e Neco Padaratz com duas cada um e Italo Ferreira é o oitavo a entrar na lista dos brasileiros que ganharam uma vez. Nela está outro surfista do Rio Grande do Norte, o natalense Jadson André, além do primeiro a festejar um título, o saudoso Pepê Lopes, na etapa do Arpoador do primeiro Circuito Mundial em 1976.

Por João Carvalho

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