Irmãos Pupo e Caio Ibelli seguem na busca do título, em Pipeline

Miguel Pupo ganhou o duelo brasileiro com o campeão mundial e olímpico, Italo Ferreira (Crédito: ©WSL / Tony Heff)Miguel Pupo ganhou o duelo brasileiro com o campeão mundial e olímpico, Italo Ferreira (Crédito: ©WSL / Tony Heff)

As ondas voltaram a bombar na última terça-feira em Pipeline, para mais um dia épico de tubos de 8-12 pés na abertura do World Surf League Championship Tour 2022 no Havaí. Os irmãos Miguel e Samuel Pupo e Caio Ibelli, garantiram maioria do Brasil nas quartas de final do Billabong Pro Pipeline. O primeiro desafio da temporada pode terminar nesta quarta-feira. O primeiro brasileiro a se classificar foi Miguel Pupo, que se atirou nos tubos de Pipeline para superar o campeão olímpico e vencedor desta etapa em 2019, Italo Ferreira, que não achou boas ondas na oitava de final com Miguel Pupo, que venceu por 12,40 a 8,73 pontos. Miguel tinha derrotado, por 12,83 a 7,10, o australiano Connor O´Leary na terceira fase.

“É uma sensação incrível surfar ondas como essas e estou muito feliz por ter passado a bateria contra o Italo (Ferreira), pois é muito difícil de ganhar dele aqui em Pipeline”, disse Miguel Pupo, que comentou sobre a ótima estreia do seu irmão Samuel na elite do CT. “Estou muito orgulhoso dele, vendo os tubos que ele pegou, sem mão na borda, recebendo nota acima de 8,0, que é excelente. Isso me deu confiança para surfar bem e espero que ele continue passando também”.

Miguel comentou sobre a vitória de Samuel no duelo brasileiro com Deivid Silva pela terceira fase, quando ele selou a classificação num tubaço que valeu nota 8,33. Depois, Samuca brilhou de novo na bateria que fechou a terça-feira de altas ondas em Pipeline. Nessa, surfou mais dois tubos incríveis para despachar um campeão da Tríplice Coroa Havaiana por 15,16 pontos, somando notas 7,83 e 7,33 contra o sul-africano Jordy Smith.

Samuel Pupo é um dos dois novatos classificados para as quartas de final (Crédito: © WSL / Tony Heff)

Samuel Pupo é um dos dois novatos classificados para as quartas de final (Crédito: © WSL / Tony Heff)

Entre os oito novatos na elite do CT 2022 que estrearam no Billabong Pro Pipeline, somente Samuel Pupo e Lucca Mesinas chegaram nas quartas de final. O peruano estava perdendo para o norte-americano Kolohe Andino na terceira fase, mas quando restavam apenas 2 segundos para o término da bateria, Lucca entrou numa onda, se entocou lá dentro do tubo e conseguiu sair, virando o placar para 12,23 a 11,10 pontos com nota 6,83.

“O tempo estava acabando e não tinha nenhuma série (de ondas) grande vindo, então tive que ir naquela onda média que entrou, sabendo que teria que ficar o mais fundo possível lá dentro para ganhar a nota”, contou Lucca Mesinas. “Vi o Kolohe (Andino) indo para o Backdoor na mesma onda, mas eu estava no lugar certo para ir para Pipeline e fiz de tudo para poder vencer. Está sendo um sonho isso tudo para mim. Aquele primeiro dia (sábado), o mar estava alucinante e peguei as melhores ondas da vida aqui em Pipeline. Mas, tem mais pela frente”.

Lucca Mesinas ia fazer um confronto latino-americano de estreantes na elite, nas oitavas de final do Billabong Pro Pipeline. Só que o costa-ricense Carlos Munoz contundiu o ombro na vitória sobre o português Frederico Morais na terceira fase e não conseguiu competir mais. Além do peruano, Samuel Pupo foi o outro único novato a se classificar para as quartas de final. Dois perderam antes dele no fim do dia. Caio Ibelli despachou o australiano Callum Robson por 12,83 a 5,23 pontos e João Chianca perdeu para John John Florence na bateria mais emocionante da terça-feira.

Os dois já tinham dado um show no sábado, quando se classificaram juntos na rodada inicial da primeira etapa do WSL Championship Tour 2022. Agora, somente um poderia avançar e John John Florence seguiu defendendo o título do Billabong Pro Pipeline. O havaiano surfou dois tubaços seguidos que valeram 9,77 e 8,00 no maior placar do dia. Os 17,77 pontos superaram os recordes de Kelly Slater na abertura das oitavas de final contra Barron Mamiya, quando totalizou 17,23 com a nota 9,23 do tubo surfado nos últimos segundos.

John John surfou essas duas ondas depois de pegar outra prancha, pois a que entrou na bateria se partiu ao meio numa queda. Mas, o novato João Chianca não se abalou. Ele botou pra dentro de uma onda gigante, que rodou um tubo fantástico e conseguiu sair para receber a maior nota do ano. Dos cinco juízes, dois deram nota 10 para ele e a média ficou em 9,87. Chumbinho ficou precisando de 7,90 para vencer nos 10 minutos finais. Na primeira tentativa, surfou outro tubo que valeu 6,17. Na segunda, dropou no crítico, só que não saiu. Na terceira rodou um tubão, mas a nota foi 6,87 e ele acabou derrotado por 17,77 a 16,74 pontos.

Caio Ibelli / (Crédito: © WSL / Tony Heff)

Caio Ibelli / (Crédito: © WSL / Tony Heff)

Brasileiros eliminados – Ou seja, o João Chumbinho perdeu, mas deixou seu nome no topo da lista das maiores notas do CT 2022. Na terça-feira, ele tinha passado pelo australiano Jack Robinson, ainda recordista de pontos com os 18,67 da sua estreia na primeira fase. Além disso, João foi quem fez as maiores pontuações entre os brasileiros nos tubos de Pipeline, esses 16,74 e os 15,30 da primeira fase. Ele terminou empatado em nono lugar com os principais cabeças de chave do Billabong Pro Pipeline, o número 1 Filipe Toledo derrotado pelo havaiano Seth Moniz e o número 2 Italo Ferreira que perdeu para Miguel Pupo.

Os três começam a temporada 2022 com 3.320 pontos no ranking da World Surf League. Deivid Silva, barrado no duelo brasileiro com Samuel Pupo na terceira fase, ficou em 17.o lugar com 1.330 pontos, junto com o peruano Miguel Tudela. Só Jadson André não passou nenhuma bateria e terminou em 33.o, marcando os mesmos 265 pontos recebidos pelo tricampeão mundial Gabriel Medina e por Yago Dora, que não competiram no Havaí.

Compartilhe.