Início do Billabong Pipe Masters é adiado para domingo

Filipe, Julian Wilson e Medina/ Foto: WSL / Kelly CestariFilipe, Julian Wilson e Medina/ Foto: WSL / Kelly Cestari

As previsões das ondas estão boas para os próximos dias e o início do Billabong Pipe Masters em homenagem à Andy Irons foi adiado no sábado no Havaí. Antes de começar a etapa que fecha a temporada 2018 do World Surf League Championship Tour, acontece a triagem com 32 surfistas disputando as vagas para as baterias dos três concorrentes ao título mundial, Gabriel Medina, Filipe Toledo e Julian Wilson. A Pipe Invitational ficou então para abrir o domingo em Banzai Pipeline, às 7h30 no Havaí, 15h30 no horário de verão do Brasil.

Gabriel Medina/ Foto;WSL / Kelly Cestari

Inicialmente, a triagem iria classificar apenas os dois primeiros colocados na final, porém surgiu a terceira vaga com a desistência do bicampeão mundial John John Florence, que ainda não sentiu segurança em voltar a competir depois da contusão sofrida em junho, que o afastou do restante da temporada. Os únicos que voltam no Billabong Pipe Masters são o onze vezes campeão mundial Kelly Slater e o paulista Caio Ibelli, que estava completando a bateria de um dos concorrentes ao título mundial, Filipe Toledo.

Filipe será o primeiro a competir e o australiano Matt Wilkinson necessitando de um bom resultado para se manter na elite, é o seu outro único adversário da quarta bateria definido. Caio foi para a terceira, encabeçada pelo número 4 no ranking, Italo Ferreira. Julian Wilson divide o segundo lugar com Filipe e entra logo após ele, com o catarinense Tomas Hermes vivendo a mesma situação de Matt Wilkinson e um dos classificados na triagem. E Gabriel Medina estreia na sexta bateria com o australiano Connor O´Leary também tentando entrar no grupo dos 22 primeiros do ranking que permanecem no CT.

DISPUTA DO TÍTULO

Medina conquistou o primeiro título mundial do Brasil em 2014 e pode ser o primeiro bicampeão esse ano. Ele vai vestir a lycra amarela do Jeep Leaderboard no Billabong Pipe Masters e garante seu segundo troféu de melhor do mundo se chegar na final em Pipeline, o que já conseguiu duas vezes. Filipe Toledo e Julian Wilson estão empatados em segundo lugar e a única chance de superar os atuais 56.190 pontos de Medina, é também chegar na final. Se Medina passar para as semifinais, aí vão precisar vencer o Pipe Masters.

Caso aconteça uma decisão entre Filipe e Julian, o vencedor será o campeão mundial de 2018. A final só não poderá ser com Gabriel Medina, pois a batalha do seu segundo título é passar das semifinais. Ele conseguiu isso duas vezes desde 2011, quando competiu em Pipeline pela primeira vez. Em 2014, já chegou como primeiro campeão mundial do Brasil e Julian Wilson venceu o show de tubos nos minutos finais. No ano seguinte, confirmou o título de Adriano de Souza ao derrotar Mick Fanning nas semifinais e Mineirinho festejou a conquista como primeiro brasileiro a vestir a coroa de Pipe Masters.

RETROSPECTIVA EM PIPE

Apesar de outra derrota, Medina colecionou mais um feito inédito para o Brasil, o de campeão da Tríplice Coroa Havaiana de 2015, somando o resultado no Billabong Pipe Masters com os das etapas finais do WSL Qualifying Series em Haleiwa e Sunset Beach. Se os seus concorrentes não tropeçarem pelo caminho, ele terá que chegar na final de novo para se tornar o primeiro brasileiro bicampeão mundial da história da World Surf League. Medina não consegue isso desde a decisão verde-amarela de 2015 com Mineirinho.

No entanto, Julian Wilson e Filipe Toledo também não chegaram na final em 2016 e nem em 2017, nos anos do bicampeonato mundial do havaiano John John Florence. O australiano só conseguiu decidir o título em Pipeline uma vez em sete participações, na vitória sobre Medina em 2014. Filipe disputou cinco Pipe Masters e seu melhor resultado foi um quinto lugar nas quartas de final do mesmo ano, contra o próprio Gabriel Medina.

VAGAS NO CT 2019

O Billabong Pipe Mastes também será decisivo para definir o grupo dos top-34 que vai disputar o título mundial de 2019 no World Surf League Championship Tour. Os 22 primeiros colocados no Jeep Leaderboard permanecem na elite e sete dos onze titulares da “seleção brasileira” deste ano estão na lista, Gabriel Medina em primeiro lugar no ranking das dez etapas completadas em Portugal, Filipe Toledo em segundo, Italo Ferreira em quarto, Willian Cardoso em 13.o seguido por Michael Rodrigues em 14.o, Adriano de Souza em 17.o e Yago Dora na ameaçada 22.a e última vaga para o ano que vem.

Quatro estão fora dos top-22 e apenas um deles confirmou sua permanência entre os dez indicados pelo WSL Qualifying Series, Jessé Mendes, que lidera o ranking da Tríplice Coroa Havaiana com um quinto lugar no QS 10000 de Haleiwa e o vice-campeonato no de Sunset Beach. Os outros classificados para a “seleção brasileira” de 2019 pelo QS foram os novatos Peterson Crisanto e Deivid Silva, com Jadson André recuperando a vaga perdida em 2017.

Os que ainda podem entrar na zona de classificação para o CT no Billabong Pipe Masters, são o catarinense Tomas Hermes e o pernambucano Ian Gouveia. Tomas está em 25.o no ranking e precisa chegar na quarta fase para superar a pontuação atual de Yago Dora, ou seja, passar duas baterias no Havaí. Ian divide o 29.o lugar com Jessé e ambos só conseguem isso se chegarem na final do Pipe Masters. Além dos três, também está fora dos top-22 o paulista Caio Ibelli, contundido desde a segunda etapa do ano e que pode receber um convite da World Surf League para participar de toda a temporada 2019.

Por João Carvalho

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