Giliard Pinheiro é hepta

Vencer sete vezes o evento de atletismo não é para qualquer um. Isso é resultado de muito treino e foco. Giliard Pinheiro, 36, o atleta de Bombinhas, tornando-se o primeiro heptacampeão do Vila do Farol INDOMIT Bombinhas, prova de maratona, em todo o mundo, e é ovacionado pela cidade em uma carreata liderada pelo Corpo de Bombeiros. O evento ocorreu no último sábado (13), em Bombinhas, Santa Catarina, que viveu um acontecimento histórico.

Silvia Durigon / Foto Wladimir Togumi

Silvia Durigon / Foto Wladimir Togumi

Gili, como carinhosamente é chamado pela sua torcida local, diz que fez a prova com tranquilidade e alegria, sem pensar em bater o próprio recorde, de 3h07min há dois anos. “Eu nem vim de relógio dessa vez, foi sensacional, me diverti muito”, fala. Ainda na chegada, depois de comemorar com a esposa e duas filhas, o maratonista vê o segundo colocado chegar e comemora. “Olha lá o Célio chegando. Oito minutos! É surpreendente. Eu achei que fosse ganhar, mas não com essa diferença tão tranquila. Valeu! Minha mãe estava em todos os trechos gritando alucinada e minhas filhas me esperando na chegada. Já ganhei meu presente de Dia dos Pais”.

Na categoria feminina aconteceu o oposto. A novata Silvia Durigon, que completou a Vila do Farol INDOMIT Bombinhas pela primeira vez, chegou em primeiro com uma diferença de 10 min para a veterana Ana Giovanelli. “Eu vim com um objetivo e estava claro que eu queria competir. Eu não entrei por entrar”, diz Silvia. A atleta foi campeã da INDOMIT Costa Esmeralda em 2015, no percurso de 50 km, e está dando trabalho para as corredoras mais experientes do trail run. “Eu gostei mais dessa prova de hoje. O percurso é mais diverso, o cenário muda mais vezes, tem mais terrenos diferentes, não fica só na praia. É muito técnico, por isso eu gostei mais”, compara.

No revezamento 2×21 km, os campeões José Virgínio e Leandro Oliveira dizem que vieram para vencer e conseguiram completar a missão. Zé, “o rei da montanha”, já competiu seis vezes na Vila do Farol INDOMIT Bombinhas na categoria 42 km. “Pra mim foi uma novidade boa pelo fato de saber que eu podia acelerar o tempo todo, então a atmosfera foi diferente, tanto que tomei um rola no km 13, mas consegui retomar e entreguei em primeiro para o meu companheiro completar”, conta. Leandro, que ficou com a segunda parte, considerada a mais difícil por demandar mais técnica e cautela, diz que o revezamento é mais intenso. “Fazer a segunda parte largando da metade com velocidade tem que ter muita atenção. O trecho é muito travado, com muitas raízes”, explica. “A gente tem uma certa ilusão de que vai ser mais fácil que os 42 km por ser só metade da prova, mas é bem pelo contrário. Você põe uma intensidade maior e é tão difícil quanto manter o ritmo, subir, entrar nas trilhas. Confesso que senti bastante na parte depois do costão”, completa Leandro.

Uma das maiores adversidades deste ano foi o vento, que pegou os atletas na praia de Mariscal, diminuindo o ritmo da prova. “Aqui é sempre uma surpresa. O percurso a gente sabe de ponta a ponta, mas o tempo, o clima do dia é que conta muito. Teve ano que fiz com chuva, teve ano que fiz com muito sol, esse ano o diferencial foi o vento”, conta a veterana e bicampeã Débora Simas, 45, que cumpriu seu objetivo de ficar entre as cinco melhores este ano, finalizando a prova em terceiro lugar. Ela fala que este é o grande diferencial da Vila do Farol INDOMIT Bombinhas em relação a outras provas de trail run do Brasil. ”Aqui a prova nunca é igual, mas tirando o vento estava tudo perfeito. Correr aqui em Bombinhas é sempre maravilhoso. Nos vemos no ano que vem”, despede-se.

Fotos Ney Evangelista

Por Danilo Caboclo

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