Pelo terceiro ano consecutivo o Festival Paulistano de Surf celebra o esporte e resgata o clima dos antigos festivais, reunindo os precursores do surf numa grande confraternização, desta vez marcada para os próximos dias 11 e 12 de junho, na Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP). Com inscrição gratuita, o evento tem disputa nas categorias Open, Master, Grand Master, Junior, Legends, Feminino, Stand Up e Longboard, e é restrito a atletas da capital e Grande São Paulo.
Raphael Levy, o Fico, pioneiro homenageado Foto Levy Paiva.
Para confirmar sua vaga, entre em contato pelo e-mail [email protected]. Além da disputa nas categorias principais, o evento conta ainda com a Kanui Best Wave, para premiar a melhor onda surfada, e também a Frooty Expression Session. Todos os primeiros colocados ganham vale-compras da Kanui e kit de produtos da Frooty Açaí (bolsa térmica e kit de produtos). Para completar, os competidores poderão desfrutar do espaço oferecido pela AV Treinamento Inteligente, com treinamento funcional e aquecimento gratuito para os inscritos.
Para Dadá Nascimento, organizador do festival, a expectativa é de mais uma vez se superar. “As edições anteriores foram clássicas. Reunimos a nata do esporte, promovendo uma grande interação entre os ‘dinossauros’ do surf e a nova geração. O público também marca presença, valorizando ainda mais o campeonato”, destaca Nascimento.
Tradicionalmente, o festival homenageia um legend, como ocorreu com os irmãos Zé (2014) e Chico Paioli (2015). Neste ano, o escolhido foi Raphael Levy, mais conhecido como Fico, de 56 anos, um dos ícones nos anos 80, e protagonista de uma trajetória de superação e inspiração para muita gente. A trajetória do paulistano no surf começou na sua adolescência, nas ondas do Guarujá, Litoral Sul de São Paulo. Desde então, manteve-se conectado e cravou seu nome na história do esporte. Em busca de um modo de se manter, mas sem deixar de surfar, Levy começou vendendo produtos de outras empresas no Guarujá. Um tempo depois, observando o jeito que o filho tinha para os negócios, o pai, que era sócio de uma fábrica de bolsas, deu a ideia para que ele produzisse carteiras emborrachadas.
Raphael Levy, o Fico, pioneiro homenageado Foto Levy Paiva.
Ele desenvolveu um modelo, o produto foi um sucesso, e apesar de ter apenas um cliente, chegava a produzir 1,5 mil unidades ao mês; Incentivado pelos amigos, desenvolveu a sua própria marca, a Fico Surfwear, batizada com o seu apelido. Empolgado com o negócio, lotou o seu carro com várias peças e partiu para uma viagem de trabalho e lazer até Fortaleza, no Ceará. Por onde passava oferecia os artigos e surfava, com isso, pouco a pouco, o seu trabalho foi reconhecido. Transformou assim a Fico em febre nos anos 80 com a venda de carteiras e mochilas emborrachadas, convencendo sua família (e o mercado) sobre as possibilidades comerciais do surf. Não bastasse isso, Levy também desafiou a medicina ao impor sua força de vontade como parte do tratamento contra a esclerose múltipla.
Por Nancy Geringer