Descoberto nas categorias de base do São Paulo, o ex-goleiro Bruno Landgraf bateu o carro na BR-116 na noite do dia 11 de agosto de 2006, quando perdeu os movimentos dos braços e das pernas. De lá para cá, teve de superar duas cirurgias, uma longa internação, muita reabilitação e reaprender muitas coisas, inclusive um novo esporte que o fez descobrir um novo sentido: a vela adaptada, modalidade em que ele representará o país nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. “Em 2008, no futebol, eu desejava participar das Olimpíadas como goleiro. Tudo mudou e estive com a vela em Londres, em 2012. Agora, contagem regressiva para os Jogos do Rio. O objetivo é disputar uma boa posição, fazer o meu melhor com minha equipe. Treinamos muito na Baía de Guanabara e estou muito feliz por chegar até aqui”, afirma o atleta.
Foto Divulgação
Bruno não se recorda do acidente, mas segundo informações de testemunhas, o carro teria batido no guardrail e depois capotado em um barranco na rodovia Régis Bittencourt, próximo de São Lourenço da Serra, onde Bruno morava com sua família. Depois da batida, Bruno passou oito meses e 12 dias no hospital. Neste período, passou por duas cirurgias, depois da segunda, ele passou a não ter mais os movimentos dos membros superiores e inferiores. Apesar de todas as adversidades, Bruno é uma pessoa otimista, grata pela vida e feliz. “Eu aprendi e aprendo diariamente muitas lições com a vida. Aprendi a dar valor para as pequenas coisas, que quando você não tem nenhuma limitação ou deficiência e não precisa de ninguém, não dá valor. Agradeço todos os dias por poder acordar, e apesar das dificuldades, praticar um esporte, dar palestras, contar minha história, inspirar pessoas e principalmente, aproveitar a chance de estar aqui”, conclui.
Bruno Landgraf e sua equipe, a Skud 18 Brasil, disputarão as regatas de vela adaptada nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro entre os dias 11 e 16 de setembro, na Baía de Guanabara. Os ingressos são vendidos a R$10 no site oficial dos Jogos.
Por Michele Barcena