Covid-19 – Surfistas da Praia Grande em quarentena no Equador

Diego e Danyel tiveram dias de boas ondas no Equador, antes de ficarem em quarentena por conta do Covid-19 / Foto John LondresDiego e Danyel tiveram dias de boas ondas no Equador, antes de ficarem em quarentena por conta do Covid-19 / Foto John Londres

O que era para ser mais uma trip gringa de surfe acabou se transformando numa vigem sem data certa de retorno ao Brasil para os surfistas praia-grandenses, do Litora Sul de São Paulo, Diego Bispo, atleta profissional e freesurf e Danyel Gavira, surfista amador. Eles estão retidos no Equador, por conta da pandemia do coronavírus, o Covid-19, que vem se espalhando pelo mundo. O surto começou na China, em dezembro, e já se espalhou por 170 países e territórios. Só na América do Sul são cinco países com a infecção, inclusive o Equador.

Diego e Danyel viajaram para o Equador no dia 17 de fevereiro. A viagem era para durar um mês, porém, um dia antes da volta ao Brasil, 16 de março, eles foram informados pela empresa aérea que todos os voos haviam sido cancelados, medida tomada pelo governo.

“A companhia aérea que viemos encontra-se fechada e sem previsão de atendimento. Chegamos a entrar em contato com a embaixada brasileira também. Acredito que eles estão tomando as providência para resgatar os brasileiros que estão no Equador com um avião da Força Área Brasileira, estamos aguardando um contato”, disse Diego, que antes de estarem vivendo esta situação, foram roubados na Praia de La Chocolatera. “Além de tudo isso, tive o meu celular roubado. Nossas mochilas também e o meu celular estava dentro dela, tudo isso um dia antes do nosso voo que foi cancelado”, revela. O governo equatoriano tomou a decisão de fechar os aeroportos no dia 15 de março.

Diego Bispo / Foto Divulgação

Diego Bispo / Foto John Londres

No entanto, o roteiro de pegar as melhores ondas equatorianas já estava traçado por eles e foi cumprido. Diego e Danyel tiveram dias de boas ondas nas praias de Montañita, Ayampe, Olon e La Chocolatera. As praias já estavam na lista dos surfistas bem antes da pandemia tomar conta dos países da América do Sul e chegar até o Equador. “Conseguimos pegar boas ondas. Nos divertimos bastante. Só no final da trip que aconteceu tudo isso, estamos tranquilos, porém, preocupados”.

Diego ressalta que estão se mantendo graças ao suporte que vem tendo do seu patrocinador a Construtora e Incorporadora SCULP, da Praia Grande. “Estamos nos prevenindo e em quarentena no hotel até segunda ordem. Também estou tendo todo o suporte do meu patrocinador, a SCULP, neste momento”. Eles não têm recebido assistência da companhia aérea em relação à hospedagem e alimentação.

O Equador vem tomando medidas rígidas para tentar controlar a proliferação do vírus. “Números de casos no país crescem 10% a 20% a cada dia e governo pede para população ficar em casa. Já decretaram toque de recolher. Hoje, (quinta-feira/19) não conseguimos nem ir surfar que a polícia manda voltar”, explica.

Danyel Gavira / Foto Divulgação

Danyel Gavira / Foto John Londres

O Equador registra três mortes e 199 casos confirmados por conta do novo coronavírus, principalmente na província de Guayas, cuja capital é Guayaquil, onde 157 estão infectados. Medida que fez o governo anunciar a proibição da entrada de estrangeiros no país e o fechamento dos aeroportos, além de outras medidas.

Diego e Danyel neste domingo, 22, viajam para Quito, cidade próxima do aeroporto na esperança de conseguirem embarcar para o Brasil, assim que o governo liberar os voos ou o Brasil realizar algum resgate. No momento eles estão hospedados no Hotel Las Ondas, em Montañita, que está aproximadamente há 12 horas de Quito.

Há 90 brasileiros no país em situação semelhante (fonte G1), segundo a embaixada brasileira no Equador.

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