Começaram os primeiros QS 3000 e Pro Junior sul-americanos no Chile

Weslley Dantas fez os recoredes do primeiro dia no QS 3000 do Chile (Crédito: Nicolás Diaz / Iquique Pro)Weslley Dantas fez os recoredes do primeiro dia no QS 3000 do Chile (Crédito: Nicolás Diaz / Iquique Pro)

Desde a última terça-feira (17/05), no Chile, a primeira etapa do World Surf League (WSL) Qualifying Series com status QS 3000 da temporada 2022/2023 da WSL Latin America e as seletivas sul-americanas para o Mundial Pro Junior tiveram início e os brasileiro Weslley Dantas e o chileno Danilo Cerda se destacaram com as maiores somatórias do QS 3000, nas boas ondas de 3-5 pés no point break de direitas de La Punta, na Playa Cavancha de Iquique. Depois, o atual campeão sul-americano, Cauã Costa, ganhou a primeira bateria da categoria Pro Junior.

No primeiro dia, foram realizadas as 16 baterias da primeira fase do QS 3000 e metade das 16 da rodada inicial do Pro Junior, categoria para surfistas com até 21 anos de idade. Apenas os homens também vão competir na quarta-feira (18/05) e as mulheres devem estrear a partir da quinta-feira (19/05). Também nesta semana, serão realizadas no Chile, a primeira etapa do QS 3000 e a primeira seletiva sul-americana Pro Junior da categoria feminina na América do Sul esse ano.

No total, são 206 inscritos nas quatro competições, 83 de oito países no Quiksilver Iquique Pro QS 3000 e 62 no Quiksilver Iquique Pro Junior masculino, mais 33 concorrentes ao título do Roxy Iquique Pro QS 3000 e 28 no Roxy Iquique Pro Junior feminino. Muitos surfistas saíram das águas quentes e do calor de 30 graus do Nordeste do Brasil, para as águas geladas e o frio de menos de 10 graus de Iquique no Chile.

A adaptação precisou ser mais rápida para o potiguar Israel Junior. Ele disputou as semifinais na tarde ensolarada do domingo em Salvador, na Bahia, e já teve que estrear na primeira bateria do Quiksilver Iquique Pro QS 3000, iniciada as 8h00 da manhã gelada no Chile. Ele se classificou em segundo lugar na bateria vencida pelo argentino Radziunas Franco. A segunda foi um confronto direto entre Chile e Brasil que terminou empatado. Christopher Herold conquistou a primeira vitória chilena e Phillipe Neves avançou em segundo lugar.

Só na terceira bateria do dia, um brasileiro passou em primeiro lugar e foi o grande destaque do primeiro dia nas direitas de La Punta. Weslley Dantas usou toda a potência do seu backside, para ganhar três notas acima de 7 e totalizar imbatíveis 15,04 pontos, somando 7,77 e 7,27 das duas melhores que surfou. O peruano Gabriel Arturo Vargas avançou junto com ele, com ambos eliminando o único chileno da bateria, Victor Cortes.

“É muito bom voltar para cá. Apesar do frio, deu tudo certo graças a Deus e consegui surfar boas ondas para vencer”, disse Weslley Dantas. “Quando vim a primeira vez para Iquique em 2019, eu não surfei bem, não me achei. Mas, dessa vez consegui fazer o meu surfe e vamos em frente, porque o campeonato está apenas começando. Aqui tem altas ondas e só é um pouco difícil escolher as boas. Mas, fiquei bem focado nas séries, para achar duas boas e espero que continue assim nas próximas”.

O chileno Danilo Cerda foi quem chegou mais perto dos recordes de Weslley Dantas no Quiksilver Iquique Pro QS 3000. Ele enfrentou dois brasileiros na oitava bateria e surfou muito bem de backside também, somando notas 7,00 e 6,83 na vitória por 13,83 pontos. Na briga pela segunda vaga para a próxima fase, Felipe Oliveira superou Fabricio Rocha por 9,33 a 8,33, computando as notas duas melhores ondas surfadas por cada um.

“Estou feliz em estar em Iquique voltando a competir e um campeonato aqui é sempre importante para nós”, disse Danilo Cerda. “Estou contente por encontrar a onda que necessitava e por surfar bem ela. Na verdade, estava um pouco nervoso, porque não competia há bastante tempo. Mas, eu vim de Arica (onde mora) para cá duas semanas atrás, para já ficar surfando, conhecendo melhor a onda. Então, acho que isso foi bom para poder surfar bem na bateria”.

Um total de 51 surfistas de 8 países competiu nestas 16 baterias da primeira fase do Quiksilver Iquique Pro QS 3000. A maioria era do Brasil com 23 competidores, contra 15 do Chile, 5 do Peru, 3 da Argentina, 2 do Uruguai, 1 do Equador, 1 da Venezuela e 1 da República Dominicana. Entre os 32 classificados para enfrentar os 32 cabeças de chave que estreiam na segunda fase, 17 foram do Brasil, 5 do Chile, 4 do Peru, 3 da Argentina, 1 do Uruguai e os únicos surfistas da Venezuela e do Equador que competiram.

PRO JUNIOR – Logo após o término da primeira fase do QS 3000, foi iniciado o Quiksilver Iquique Pro Junior valendo os primeiros 1.000 pontos na disputa pelas vagas da América do Sul, para o Mundial Pro Junior da World Surf League de 2022. O atual campeão sul-americano, Cauã Costa, abriu a categoria Sub-21 com vitória, surfando muito bem as ondas geladas de La Punta. Nos últimos segundos, o argentino Radziunas Franco impediu uma dobradinha brasileira, eliminando outro jovem talento do Nordeste, o potiguar Samuel Joquinha.

“Eu entrei na bateria bem focado, concentrado e, graças a Deus, consegui passar”, disse Cauã Costa. “Estou felizão por ter surfado boas ondas na bateria. Tá rolando altas direitas, a galera está se divertindo bastante e quero manter meu foco. Estou concentrado em pegar as ondas da série e surfar bem, fazendo manobras de mais qualidade. É mais importante a qualidade, não importa a quantidade, então o foco é pegar as ondas maiores das séries para fazer isso”.

A segunda bateria foi mais um confronto direto entre Chile e Brasil que terminou empatado. O chileno Tomas Bock tinha sido eliminado por dois brasileiros na bateria que fechou a primeira fase do Quiksilver Iquique Pro QS 3000, mas deu o troco nessa. Com os 11,20 pontos que totalizou com as notas 5,27 e 5,93 das últimas ondas que surfou, deixou os brasileiros brigando pelo segundo lugar. Rodrigo Saldanha superou Kaue Germano por uma pequena diferença de 10,36 a 9,76 pontos e o chileno Emilio Olmedo Barahona ficou em último com apenas 3,43.

“Está bem complicado, porque está entrando muitas ondas e por sorte pude pegar uma boa no início e outra no final para me classificar”, disse Tomas Bock. “Me senti bem depois de conseguir achar ondas melhores, fiquei mais confiante, mas foi mais uma bateria um pouco estressante para mim. Estou contente por ter avançado nessa e minha meta é pegar uma onda boa no início, depois tentar pegar uma segunda logo, para ir trocando notas durante a bateria, buscando melhorar a pontuação”.

Outro chileno brilhou na sexta bateria. Noel De La Torre fez os recordes do Quiksilver Iquique Pro Junior até ali, nota 7,67 e 13,67 pontos. Mas, o campeão da categoria Pro Junior na última edição da etapa de Iquique em 2019, Leo Casal, fechou a terça-feira fazendo a maior somatória, 14,26 pontos, com notas 7,33 e 6,93. Essa oitava e última bateria do dia, terminou com uma dobradinha brasileira sobre o Chile, com Marcell Neves eliminando Jeremy Diego Jara e Diego Leyton.

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