Começaram as disputas em Margaret River

Alejo Muniz (SC) (©WSL / Cestari)Alejo Muniz (SC) (©WSL / Cestari)

A etapa que fecha a perna australiana do World Surf League Championship Tour começou na última sexta-feira (8), com três brasileiros estreando com vitórias no Drug Aware Margaret River Pro. A primeira foi conquistada pelo potiguar Italo Ferreira, que no momento é o mais bem colocado no ranking, em quinto lugar. E nas baterias seguintes, os campeões mundiais Gabriel Medina e Adriano de Souza, que defende o título desta etapa, também passaram direto para a terceira fase derrotando seus adversários nas ondas de 4-6 pés na perigosa bancada de pedras de Main Break, em Margaret River.

Italo Ferreira (RN) / Foto Sloane

Italo Ferreira (RN) / Foto Sloane

O campeão mundial do Brasil entrou na bateria para defender o título da etapa que fecha a perna australiana da World Surf League, Adriano de Souza. Nessa hora, o vento terral já estava agindo negativamente na boa formação das ondas e o começo foi fraco para todos. Mas, logo Mineirinho conseguiu achar duas ondas seguidas abrindo a parede para ele mandar uma série de três manobras com pressão e velocidade e tirar notas 6,67 e 6,43. O jovem local de M-River, Jacob Willcox, foi quem mais ameaçou os 13,10 pontos do brasileiro. Ele chegou a tirar a maior nota da bateria – 6,73 – e ficou arriscando os aéreos, terminando em segundo com 12,40 pontos, com o havaiano Keanu Asing em último com 10,64.

“Estou contente por conseguir vencer essa bateria, pois o (Jacob) Willcox surfou muito bem e o Keanu (Asing) é uma ameaça perigosa em qualquer tipo de condição de mar”, disse Adriano de Souza. “Estou feliz por estar de volta a um lugar que me deu muita alegria no ano passado e estou tentando encontrar o meu ritmo. Quero ver se posso ir longe nesse campeonato mais uma vez, porque já sabemos que vai dar altas ondas nos próximos dias”.

Adriano de Souza (SP) / Foto Sloane

Adriano de Souza (SP) / Foto Sloane

Outros três brasileiros perderam no primeiro dia, mas os paulistas Caio Ibelli e Alex Ribeiro e o catarinense Alejo Muniz, que retorna de uma cirurgia no joelho contundido em outubro na etapa da World Surf League na França, têm uma outra chance de classificação na segunda fase. Já os paulistas Miguel Pupo e Wiggolly Dantas não competiram, porque as três últimas baterias da rodada inicial foram adiadas por causa do forte vento terral que deixou o mar muito balançado, afetando a qualidade das ondas durante a tarde.

Pupo então vai estrear na primeira de sábado, junto com o onze vezes campeão mundial Kelly Slater e o também norte-americano Kolohe Andino. Dantas está na última com os australianos Josh Kerr e Jay Davies, que entrou na vaga do brasileiro Jadson André. O potiguar se contundiu em Bells Beach e foi até Margaret River, mas viu que não teria condições de competir e teve que cancelar sua participação no Drug Aware Pro. Ele foi o segundo brasileiro a sair machucado do mar neste início de temporada na Austrália.

Gabriel Medina (SP) / Foto Sloane

Gabriel Medina (SP) / Foto Sloane

O paulista Filipe Toledo foi a primeira vítima, com uma lesão muscular na perna durante a semifinal da primeira etapa na Gold Coast. Filipe ficou de fora de Bells Beach e Margaret River e só retorna para defender o título de campeão do Oi Rio Pro, a etapa brasileira da World Surf League que será disputada nos dias 10 a 21 de maio no Rio de Janeiro. O palco principal continua no Postinho da Barra da Tijuca e a novidade para este ano é a sede alternativa, que será instalada na preservada praia de Grumari para receber a competição nos dias que as ondas estiverem melhores.

O potiguar Italo Ferreira foi muito guerreiro e garantiu a vitória na penúltima, com as duas manobras explosivas de backside arrancando nota 8,03 dos juízes. Enquanto os três remavam para buscar a prioridade no outside, Italo era o último da fila e entrou numa onda intermediária para acertar o aéreo full rotation que vinha tentando. Ele recebeu nota 7,73 para selar a vitória por 15,76 pontos, contra 14,54 de Kanoa Igarashi e 9,70 do australiano Jack Robinson.

Caio Ibelli (SP) / Foto Cestari

Caio Ibelli (SP) / Foto Cestari

“Estou muito feliz por ter vindo essas últimas ondas para mim no final, porque eu estava atrás delas desde o início”, disse Italo Ferreira. “Nos primeiros dez minutos, eu não consegui pegar nenhuma onda e o Kanoa (Igarashi) já tinha surfado duas boas. Mas, nos últimos minutos elas vieram para mim e eu consegui fazer algumas manobras bem fortes, uns aéreos também, então estou feliz pela vitória, mas foi muito difícil. Foi ninja também, porque ficava com medo de cair quando via as pedras, mas deu tudo certo”.

Italo estava saindo do mar, quando Gabriel Medina começou forte na bateria seguinte, botando pressão nos adversários logo na sua primeira onda, destruída por uma série de manobras potentes para largar na frente com nota 8,60. Ele chegou a quebrar uma das quilhas da prancha na manobra fortíssima que tentou em sua segunda onda e teve que trocar o equipamento. A prancha nova também era muito boa e o campeão mundial confirmou a vitória com nota 8,10 na última onda. Medina vingou a derrota para o novato australiano Davey Cathels na terceira fase em Bells Beach e também superou o italiano Leonardo Fioravanti, que lidera o ranking do WSL Qualifying Series esse ano e foi um dos convidados para competir no Drug Aware Margaret River Pro.

Matt Wilkinson (AUS) / Foto Sloane

Matt Wilkinson (AUS) / Foto Sloane

Mais dois brasileiros competiram na sexta-feira e surfaram bem nas direitas de Main Break, chegaram a liderar suas baterias, mas foram ultrapassados pelos seus adversários e ficaram em último nas suas baterias. O catarinense Alejo Muniz retornou bem depois da cirurgia no joelho contundido em outubro do ano passado na etapa da França em Hossegor. Ele surfou com bastante força nas manobras para ficar na frente com 13,13 pontos. Mas, as ondas que entraram no final mudaram tudo. O taitiano Michel Bourez atingiu 14,17 pontos com a nota 7,5 da sua última onda e superou os 14,04 do sul-africano Jordy Smith.

Em outra bateria eletrizante definida por uma pequena diferença, com os três competidores tirando notas no critério excelente dos juízes, o paulista Caio Ibelli também terminou na última colocação somando uma nota 8,10 no seu placar de 14,60 pontos. O norte-americano Nat Young ficou em primeiro com 15,93 das notas 8,60 e 7,33 das suas melhores ondas e o australiano Matt Banting em segundo com 15,53, computando a maior nota da bateria, 8,93, na onda finalizada com um aéreo full rotation de frontside.

Por João Carvalho

Compartilhe.