Começa o QS 3000 Maui and Sons Arica Pro Tour

El Gringo (Mauricio Lazo)El Gringo (Mauricio Lazo)

O desafio nos tubos gelados do Chile foi iniciado nesta terça-feira em ondas de 6 pés sólidos com séries maiores em El Gringo, na Isla El Alakrán, em Arica. No primeiro dia de competição no QS 3000 Maui and Sons Arica Pro, foram realizadas onze das doze baterias programadas, pois o vento maral entrou antes agindo negativamente na formação dos tubos em El Gringo. Dos 85 participantes de 14 países, 36 competiram e os melhores foram o chileno Nicolas Vargas com o maior placar – 13,00 pontos – e o brasileiro Pedro Neves com a nota 8,67 do melhor tubo do dia. A 12ª bateria ficou para abrir a quarta-feira, às 7h00 no Chile, 8h00 no fuso horário de Brasília.

Pedro Neves (BRA) / Foto Rodrigo Farias / Aguasagrada

Pedro Neves (BRA) / Foto Rodrigo Farias / Aguasagrada

As condições do mar estavam difíceis para competir, pois a maioria dos tubos fechava rápido e a água era congelante. O havaiano Danny Fuller abriu a primeira bateria do QS 3000 Maui and Sons Arica Pro Tour, num lindo tubo que valeu nota 7,0. Ele não conseguiu achar outro tão bom, mas fez o suficiente para vencer com 10,50 pontos. Um dos seus adversários era o campeão nos tubos de El Gringo em 2013, Alvaro Malpartida, com o peruano ganhando do brasileiro Wesley Leite a briga pela segunda vaga para a próxima fase.

O havaiano avançou para enfrentar os cabeças de chave Lucas Silveira (BRA) e Skip McCullough (EUA) na bateria que vai abrir a segunda fase. Ela foi completada por Raoni Monteiro, que se classificou junto com outro surfista de Saquarema (RJ), João Chianca, no segundo confronto do dia. O mar estava pesado, grande, com muitos surfistas encontrando dificuldades para achar boas ondas nas baterias. A nota 7 de Danny Fuller só foi superada na oitava do dia, pelo brasileiro Pedro Neves.

Peterson Crisanto (BRA) / Foto Pablo Jimenez

Peterson Crisanto (BRA) / Foto Pablo Jimenez

Ele surfou um tubaço que valeu nota 8,67 logo na primeira onda que pegou. Praticamente foi a única, pois acabou somando 1,63 como segunda nota na vitória por 10,30 pontos. Na briga pela segunda vaga para a próxima fase, o grego Alex Maniatis despachou o chileno Gerald Alvarez e o havaiano Luke Adolfson por apenas 4,60 pontos nas duas ondas computadas. “Acho que tive sorte de pegar aquela onda (8,67) no início da bateria, o que me deixou bem mais confiante”, disse Pedro Neves. “O drop foi muito atrasado, mas acelerei e consegui sair do tubaço, foi demais. Eu vim aqui no ano passado para conhecer essa onda e agora, como o nível do evento subiu para QS 3000, vim com mais vontade ainda porque pode me ajudar a subir no ranking (do WSL Qualifying Series)”.

O mar estava bem melhor nessa hora e na disputa seguinte o chileno Nicolas Vargas fez o maior placar do QS 3000 Maui and Sons Arica Pro Tour no primeiro dia. Ele começou com nota 6,0 e depois igualou o 7,0 de Danny Fuller para atingir 13,00 pontos. Já o outro chileno que estava na bateria, Roberto Araki, não conseguiu surfar nenhuma onda e foi eliminado. O norte-americano Myles Laine-Toner pegou uma que valeu 4,0 e passou em segundo com 5,43 pontos. “Estou muito feliz por ter vencido a bateria. Não estava El Gringo como a gente conhece, mas tinham umas ondas boas também”, disse Nicolas Vargas. “Eu peguei uma legal no início e, quando faltava pouco tempo para terminar a bateria, consegui aquele tubo e recebi nota 7,0. Eu não costumo treinar em ondas assim, porque praticamente só venho aqui para competir (ele é de Pichilemu). Não é uma onda difícil de surfar, mas precisa ter bastante atenção”.

Gabriel Villaran (PER) / Foto Pablo Jimenez

Gabriel Villaran (PER) / Foto Pablo Jimenez

Outro campeão do Desafio de Arica nos tubos do Chile, Gabriel Villaran, vencedor da estreia desta etapa no calendário do WSL Qualifying Series em 2009, se classificou na bateria seguinte, que acabou sendo a penúltima do dia. Ele pegou um bom tubo nota 5,67 para avançar em segundo no confronto vencido pelo argentino Juan Arca, com ambos eliminando o australiano Jock Barnes e o brasileiro Weslley Dantas.

Foi durante essa bateria que o vento maral começou a entrar em El Gringo e a disputa seguinte foi muito fraca de ondas. Os organizadores então, preferiram suspender a competição após a vitória do australiano Ty Watson por apenas 4,27 pontos, somando notas 2,67 e 1,60. O argentino Tomas Lopez Moreno ficou em segundo com 4,26 e o brasileiro Lucas Vicente terminou em último com 3,17. “Infelizmente, não tivemos muitas oportunidades de surfar na bateria”, lamentou Ty Watson. “Depois de ver tantas ondas boas o dia todo, foi meio frustrante não conseguir pegar nenhum tubo, nenhuma onda boa. Todo mundo pegou tubos bons e isso deixou a galera muito empolgada aqui, mas o vento maral entrou e as condições mudaram muito rápido. Felizmente eu passei e terei mais oportunidades para pegar os tubos que não consegui agora”.

Por João Carvalho

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