Carol Bonelli e Daniel Adisaka focados no Japão

O Instituto Gabriel Medida (IGM) tem investido muito nas categorias de base e dois de seus alunos estão bem próximos de conquistar vagas para o mundial de surf que será realizado no Japão, na International Surfing Association (ISA), em setembro. Carol Bonelli e Daniel Adisaka estão entre os destaques do Hang Loose Japan Trials, a etapa decisiva do Brasileiro, que será disputada a partir de quarta-feira (26), na Praia Grande, em Ubatuba. Inicialmente, a competição seria realizada na Praia de Maresias, em São Sebastião, onde os dois treinam diariamente, mas foi transferida pela previsão de falta de ondas.

Carol Bonelli / Foto Aleko Stergiou

Carol Bonelli / Foto Aleko Stergiou

Para Adisaka, a situação se manteve satisfatória, uma vez que ele aprendeu a surfar nas ondas ubatubenses, orientado pelo pai Jackson Adisaka. Ele é o quarto na categoria sub18, onde estão três surfistas serão convocados, e o sexto na sub16, que tem em jogo quatro vagas. Carol é a vice-líder do ranking na sub16 e a quinta na sub18, ambas com duas atletas sendo chamadas para a seleção.

Com a experiência de já ter disputado o Mundial Júnior em Portugal no ano passado e acompanhado a seleção no ISA Open este ano na França, Carol não esconde a ansiedade em garantir uma nova participação no time brasileiro. “O ISA é um campeonato incrível. Consegui me dar muito bem nas duas etapas do Brasileiro estou muito focada. Me deu mais vontade de treinar e quero chegar lá confiante”, diz Carol, 16 anos.

Dani tem um motivo a mais para sonhar com o Japão. Bisneto de japoneses, sonha em competir nas ondas de seus ancestrais. “Estou muito empenhado. Treinei muito e só vou fazer o meu surf, sem pressão. Se conseguir a vaga vai ser muito legal competir lá no Japão, de onde os meus bisavós vieram. Meu pai ficará muito orgulhoso”, diz o atleta de 15 anos, que apesar de estar melhor na júnior, não priorizará categorias. “Vou dar o máximo nas duas”, conta.

Daniel Adisaka / Foto Aleko Stergiou

Daniel Adisaka / Foto Aleko Stergiou

Os bisavós de Daniel chegaram ao Brasil em 1933, vindos das cidades de Yawate-Ken e Chiba. “Eles contavam que durante a parada do navio no Havaí, eles tentaram mudar o contrato porque sentiram uma atração muito forte pelo arquipélago”, conta Jackson. “Os avós nasceram aqui, passaram tempos difíceis na Segunda Guerra Mundial. O Brasil era aliado dos Estados Unidos e houve muita perseguição. Não podiam falar japonês em locais públicos”, lembra o pai de Daniel, confirmando a relação com a Terra do Sol Nascente.

24 atletas – Mais uma vez o IGM terá uma participação expressiva no CBSurf Tour, assim como foi na etapa de Pernambuco. Dessa vez, com um time ainda maior, com nada menos que 24 atletas, 10 a mais que em Maracaípe. Além de Carol e Adisaka, estão inscritos Caio Costa, Cauã Gonçalves, Fabrício Rocha, Fernando John John, Heitor Duarte, Yuri Beltrão, Pedro Bianchini, Renan Rodrigues, Lucca Cassemiro, Louisie Frumento Rafaela Teixeira e Sophia Medina (todos que viajaram na 2ª etapa), Eric Bahia, Sérgio Luan, Gabriel de Souza, Guilherme de Souza, Gustavo Andrade, Higor Souza, Kauai Lobato, Laura Agnes, Sophia Gonçalves e Maju Freitas.

Com as atividades iniciadas no dia 1º de fevereiro, o IGM é o sonho realizado do primeiro brasileiro campeão mundial de surf, que quis retribuir ao esporte um pouco do que ele ganhou. A sede está instalada na Praia de Maresias, exatamente onde Gabriel Medina aprendeu a surfar quando criança. A proposta é garantir a mesma estrutura que o ídolo do surf conta atualmente na parte física e técnica, incluindo alimentação, atendimento médico e odontológico e ações extras como apneia.

Por Fábio Maradei

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