Brasileiros têm maioria das vagas no Australian Open

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Os brasileiros ganharam a maioria das vagas disputadas na sexta-feira (3/3), em Manly Beach, com oito avançando para a rodada dos 24 concorrentes ao título do QS 6000 Australian Open of Surfing em Sydney. O vice-líder no ranking do WSL Qualifying Series, Jessé Mendes, fechou a terceira fase com a sexta vitória verde-amarela, repetindo o feito dos também paulistas Alex Ribeiro e Deivid Silva, o catarinense Alejo Muniz, o baiano Marco Fernandez e o pernambucano Luel Felipe. O capixaba Rafael Teixeira passou em segundo lugar na sua bateria e Marcos Correa completou uma dobradinha paulista com Deivid Silva. Para fechar o dia, a cearense Silvana Lima derrotou duas australianas na primeira batalha por vagas para as oitavas de final do QS 6000 Girls Make Your Move Women´s Pro.

Marco Fernandez (BA) / Foto Hayden Smith

Marco Fernandez (BA) / Foto Hayden Smith

As do Australian Open of Surfing vão ser definidas no sábado pelos 24 surfistas de dez países que passaram pela terceira fase na sexta-feira. Os brasileiros são maioria, com oito disputando classificação para as oitavas de final do segundo QS 6000 do ano, contra seis australianos, três norte-americanos, o português Frederico Morais que vai estrear no CT esse ano, um sul-africano, um francês, um taitiano, um marroquino, um japonês e um costa-ricense. O Brasil já ganhou o primeiro QS 6000 da temporada na Austrália, com Yago Dora vencendo uma final verde-amarela com Jessé Mendes no tradicional Surfest Newcastle, que valia a liderança no ranking do WSL Qualifying Series.

O jovem catarinense Yago Dora perdeu por centésimos de diferença na sua estreia em Sydney, mas Jessé Mendes segue buscando outro bom resultado nas etapas mais importantes na disputa pelas dez vagas para o grupo dos top-34 da World Surf League. Ele conseguiu controlar bem a sua bateria contra o marroquino Ramzi Boukhiam, o americano Evan Geiselman e o francês Diego Mignot. Depois de fechar a terceira fase, Jessé disputará a última classificatória para as oitavas de final com o sul-africano Michael February e o francês Jorgann Couzinet.

A sexta-feira começou com o argentino Santiago Muniz sendo barrado pelos australianos Julian Wilson e Dion Atkinson, mas logo o baiano Marco Fernandez deu o troco despachando dois deles, Jake Freestone do CT e Mitch Coleborn número 4 do QS. Os dois australianos dominaram quase toda a bateria, mas foram eliminados nos minutos finais. Marco Fernandez acertou um “aéreo reverse full rotation” incrível de backside que valeu nota 9,43 e a classificação em primeiro lugar, com o costa-ricense Noe Mar McGonagle em segundo. “Esse foi certamente o melhor aéreo da minha vida”, disse Marco Fernandez. “Eu estava muito perdido na bateria, não conseguia encontrar boas ondas, mas entrou aquela para mim e completei o aéreo na hora certa. Eu nunca penso muito sobre o que tenho que fazer na bateria, porque quem pegar as ondas certas vai tirar as maiores notas. Eu tive sorte, porque precisava de uma manobra grande e fiz isso, então estou muito feliz pela vitória”.

Na bateria seguinte entraram três brasileiros do litoral paulista com o havaiano Keanu Asing, que terminou em último lugar. Deivid Silva ganhou a maior nota do dia – 9,80 – para vencer por 15,30 pontos e Marcos Correa superou Thiago Guimarães por uma pequena diferença de 13,93 a 13,47 pontos. Depois da participação tripla do Brasil, começou a quarta bateria do dia com mais dois sul-americanos, o peruano Lucca Mesinas Novaro e outro paulista, David do Carmo. Eles lutaram pela classificação até o último minuto, mas não conseguiram superar o australiano Mitch Crews e o português Frederico Morais, que venceu com a maior nota da bateria – 7,5. Com as derrotas do peruano Lucca Mesinas Novaro e do argentino Santiago Muniz no início do dia, só ficaram os brasileiros para tentar mais uma vitória sul-americana na Austrália.

Alejo Muniz (SC) / Foto Hayden Smith

Alejo Muniz (SC) / Foto Hayden Smith

Para compensar a dupla eliminação, outro paulista, Alex Ribeiro, despachou mais dois australianos com a nota 8,43 da sua melhor onda surfada na sexta-feira em Manly Beach. Com ela, totalizou 14,43 pontos para superar os 14,10 do taitiano Mihimana Braye, com Kalani Ball e Cooper Chapman saindo da briga do título do Australian Open. Na bateria seguinte, o também paulista Samuel Pupo ficou em último, mas logo o pernambucano Luel Felipe conseguiu mais uma vitória brasileira surfando uma boa onda que valeu nota 8,0. Top da elite até o ano passado, o norte-americano Nat Young se classificou em segundo lugar.

A oitava bateria foi a primeira do dia sem participação de algum surfista da América do Sul. Na seguinte, o capixaba Rafael Teixeira derrubou mais um australiano, Shane Campbell, além do norte-americano Michael Dunphy. Só que o também australiano Ryan Callinan fez o maior placar da sexta-feira pelo segundo dia consecutivo em Manly Beach. E precisava disso, porque Rafael Teixeira surfou bem e totalizou 15,00 pontos com a maior nota da bateria, 8,60, contra 16,33 das duas melhores ondas do australiano. As baterias iam acontecendo e o Brasil não saía do mar, com o catarinense Alejo Muniz conquistando mais uma vitória em Manly Beach. Por 13,60 pontos, ele superou o sul-africano Michael February, o norte-americano Tanner Gudauskas e o havaiano Koa Smith. Depois, Jessé Mendes fechou a ótima participação dos brasileiros com a sexta vitória e a oitava classificação do dia. Foram tantos que duas baterias da quarta fase terão dois disputando duas vagas para as oitavas de final contra um australiano.

Por João Carvalho

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