Brasileiros começam com “pé direito” em Gold Coast

Gabriel Medina (SP) / Foto Kelly CestariGabriel Medina (SP) / Foto Kelly Cestari

Quatro brasileiros estrearam com vitórias na temporada 2016 da WSL, na Austrália. O potiguar Italo Ferreira venceu a primeira bateria do Pro Gold Coast nas boas ondas de 3-4 pés, em Snapper Rocks. Os campeões desta etapa de abertura nos dois últimos anos, Gabriel Medina e Filipe Toledo, que defende o título, também passaram direto para a terceira fase. E outro paulista, Wiggolly Dantas, fechou a participação brasileira estabelecendo um novo recorde de 17,26 pontos no penúltimo confronto do dia. O campeão mundial Adriano de Souza perdeu por quatro centésimos a sua

Gabriel Medina winning his Round 1 heat.

Gabriel Medina (SP) / Foto Kelly Cestari

 Na terceira bateria, estreou o defensor do título do Quiksilver Pro Gold Coast, porém Filipe Toledo não mostrou tudo o que sabe, talvez guardando munição para o decorrer do campeonato. Mas, ele já usou os aéreos de frontside e apresentou a variedade de manobras modernas do seu repertório para conquistar a segunda vaga direta do Brasil para a terceira fase. Filipe Toledo somou as notas 6,53 e 7,83 que recebeu em duas ondas seguidas para vencer por 14,36 pontos.

O potiguar Jadson André também surfou bem, ficando em segundo com 13,30 e o australiano Stu Kennedy em terceiro com 10.67. Gabriel Medina, campeão na Gold Coast em 2014, também largou na frente na disputa seguinte, massacrando uma onda com uma série de seis manobras executadas com pressão e velocidade que tirou nota 7,67 dos juízes. Ele foi aumentando a vantagem a cada onda, mas o havaiano Sebastian Zietz surfou uma excelente, encerrada com um layback incrível jogando muita água para receber a maior nota do dia até ali – 8,67.

Italo Ferreira (RN) / Foto Kelly Cestari

Italo Ferreira (RN) / Foto Kelly Cestari

Medina não desistiu e no último minuto pega uma boa onda para mandar uma série de três manobras muito fortes de backside. Ele buscava 7,14 pontos para a vitória e recebeu nota 8,50 para totalizar 16,17 pontos contra 14,80 do havaiano. O estreante Caio Ibelli não conseguiu acompanhar o forte ritmo dos adversários e ficou em último. Com as ondas melhorando na secante da maré em Snapper Rocks, os recordes do Quiksilver Pro Gold Coast começaram a subir. O vencedor da triagem, Wade Carmichael, logo aumentou o de nota para 8,93 e Mick Fanning surfou três ondas muito boas para atingir 17,24 pontos com notas 8,87 e 8,37. O tricampeão já anunciou que não vai disputar o título mundial esse ano, mas que participará de algumas etapas. Ele confessou estar competindo bem mais relaxado sem a pressão por resultados. Fanning foi vice-campeão nos dois anos dos primeiros títulos mundiais do Brasil, perdendo para Gabriel Medina em 2014 e para Adriano de Souza em 2015.

Mineirinho entrou com a lycra amarela de número 1 do Jeep Leaderboard na bateria seguinte, que acabou sendo a mais disputada do dia. O norte-americano Kolohe Andino começou bem, destruindo uma onda com várias manobras para ganhar a maior nota do dia até ali, 9,10. O campeão mundial correu atrás e assumiu a ponta com a nota 6,77 da segunda onda que completou. Mas, o californiano retomou a liderança com o 4,57 que recebeu em seguida. Kolohe ficou na frente até Adriano achar uma boa direita, que abriu a parede para ele fazer duas manobras fortes no outside e seguir atacando a onda até o fim. Ele precisava de 6,91 pontos e a nota saiu 6,93 para virar o placar para 13,70 a 13,67 pontos há três minutos do fim.

Wiggolly Dantas (SP) / Foto Kirstin Scholtz

Wiggolly Dantas (SP) / Foto Kirstin Scholtz

Adriano ainda mostrou a experiência de campeão mundial para usar a prioridade de escolha numa onda que Kolohe Andino tentou pegar no minuto final. Só que o australiano Michael Wright ainda surfa mais uma onda com grandes manobras precisando de 6,84 pontos para vencer. E ele recebeu o mesmo 6,87 da sua onda anterior para pular do terceiro para o primeiro lugar. Com essas duas notas, o convidado da Quiksilver totalizou 13,74 pontos, contra 13,70 de Adriano de Souza e 9,10 do Kolohe Andino, que perdeu a segunda nota pela penalidade de interferência naquela disputa de onda com Mineirinho. Depois, o estreante na elite dos top-34 da World Surf League esse ano, Alex Ribeiro, também perdeu por pouco para o norte-americano Nat Young no placar encerrado em 12,87 a 12,14 pontos, com o australiano Kai Otton em último com 11,50. No entanto, para colocar o Brasil em destaque no primeiro dia do Samsung Galaxy Championship Tour, Wiggolly Dantas fez uma apresentação brilhante com a potência das suas manobras de backside em Snapper Rocks.

Com notas 8,83 e 8,33, ele aumentou o recorde de Mick Fanning de 17,24 para 17,26 pontos na terceira bateria com participação dupla do Brasil na sexta-feira. Miguel Pupo não achou boas ondas e ficou em último, superado também pelo sul-africano Jordy Smith. A rodada de apresentação dos melhores surfistas do mundo nas etapas do World Surf League Tour não é eliminatória. Os vencedores das baterias avançam direto para a terceira fase, mas os perdedores têm uma segunda chance de classificação. O campeão mundial Adriano de Souza vai abrir a segunda fase enfrentando o australiano Wade Carmichael, que venceu a triagem e deu trabalho para Mick Fanning na sexta-feira. Se Mineirinho ganhar dele, voltará a enfrentar Michael Wright na terceira fase.

Filipe Toledo (SP) / Foto Kelly Cestari

Filipe Toledo (SP) / Foto Kelly Cestari

O estreante Alex Ribeiro, que não está 100% fisicamente por estar voltando de contusão, foi escalado na oitava bateria com o australiano Adrian Buchan. Depois tem um duelo brasileiro entre o potiguar Jadson André e o paulista Miguel Pupo no décimo confronto da segunda fase e só um continuará vivo na competição. E a 11.a bateria será entre dois novatos na divisão de elite, o número 1 do WSL Qualifying Series 2015, Caio Ibelli, e o australiano Jack Freestone, que brigaram pelo primeiro lugar no ranking de acesso até a última etapa no Havaí.

Por João Carvalho 

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