Brasil nas semifinais em Margaret River

Tatiana Weston-Webb (RS) (Kelly Cestari / WSL via Getty Images)Tatiana Weston-Webb (RS) (Kelly Cestari / WSL via Getty Images)

O paulista Caio Ibelli se consolidou no domingo como o verdadeiro matador de gigantes do Margaret River Pro na Austrália. Depois de vencer o bicampeão mundial Gabriel Medina no sábado, ele despachou o onze vezes campeão Kelly Slater e o sul-africano Jordy Smith, para chegar nas semifinais da última etapa do World Surf League Championship Tour, antes do Oi Rio Pro no Brasil, que começa no dia 20 em Saquarema (RJ). Agora, Caio terá pela frente outro bicampeão mundial, John John Florence, o número 1 do Jeep Leaderboard. A gaúcha Tatiana Weston-Webb também vai disputar a primeira vaga na final feminina com a australiana Sally Fitzgibbons, no último dia da etapa de Margaret River.

Depois de um dia histórico com altos tubos em The Box, no domingo as baterias voltaram a ser disputadas nas ondas de alta performance de Main Break, que apresentou boas condições nas séries de 4-6 pés, para rolar as oitavas de final masculinas e as quartas de final dos homens e mulheres. O potiguar Italo Ferreira ganhou o primeiro confronto do dia do taitiano Michel Bourez, porém foi derrotado depois na disputa direta pela lycra amarela do Jeep Leaderboard com John John Florence. O havaiano fez sua melhor apresentação no evento, somando notas 9,23 e 8,50 para vencer com o maior placar do dia, 17,73 a 15,36 pontos do brasileiro, que recuperou a vice-liderança no ranking com o quinto lugar no Margaret River Pro.

Caio Ibelli também estava “on fire”, destruindo suas ondas com manobras modernas e progressivas em Main Break, para matar mais dois gigantes do Circuito Mundial. O paulista do Guarujá perdeu sua vaga na elite do CT devido a uma contusão no ano passado e está substituindo o também lesionado Adriano de Souza neste início de temporada. Sua primeira vítima no domingo foi a fera Kelly Slater, que foi abatido por 14,50 a 10,26 pontos com as notas 7,83 e 6,67 dos tiros certeiros do brasileiro.

Caio Ibelli (SP) (Kelly Cestari / WSL via Getty Images)

Caio Ibelli (SP) (Kelly Cestari / WSL via Getty Images)

Depois, a batalha foi mais intensa contra Jordy Smith e a bateria terminou praticamente empatada. As últimas ondas surfadas pelos dois, decidiram o resultado. A nota do sul-africano foi até maior, 8,07, mas o 7,83 recebido por Caio Ibelli foi suficiente para decretar a vitória por apenas 2 centésimos de diferença, no placar de 15,26 a 15,24 pontos. Esta é só a segunda vez que Caio Ibelli chega nas semifinais em etapas do CT. A outra foi em 2017, quando decidiu o título do Rip Curl Pro Bells Beach e perdeu para o próprio Jordy Smith, vingado agora.

“Aconteceu muita coisa nessa bateria, cortei meu pé no recife e fiquei tentando me manter focado o tempo todo”, contou Caio Ibelli. “Quando eu vi aquela série chegando, eu sabia o que tinha que fazer para poder vencer. O Jordy (Smith) foi na primeira onda e fiquei com a de trás, que era até melhor. Eu estou me sentindo muito bem, confiante e ficando mais calmo aqui. Nos outros eventos deste ano, eu botei muita pressão sobre mim mesmo, mas aqui em M-River estou apenas deixando tudo acontecer naturalmente. Estou feliz por enfrentar o John John (Florence) de novo e muito empolgado para disputar essa semifinal”.

Com a classificação para as semifinais, Caio Ibelli já ganhou onze posições no ranking, saltando da 31.a para a vigésima posição, entrando na lista dos 22 primeiros que são mantidos na elite dos top-34 para o World Surf League Championship Tour do ano que vem. Ele está logo abaixo do cearense Michael Rodrigues em 17.o lugar e do catarinense Willian Cardoso e do paranaense Peterson Crisanto, que dividem a 18.a colocação. Outro catarinense, Yago Dora, está fechando o G-22 após os resultados do domingo em Margaret River.

Peterson Crisanto foi o terceiro brasileiro a disputar as oitavas de final no domingo, mas não conseguiu acompanhar o forte ritmo do vice-campeão mundial Julian Wilson. O australiano tirou notas 8,67 e 7,60 em duas ondas seguidas para vencer fácil, por 16,27 a 11,70 pontos. Julian Wilson depois ganhou o duelo australiano com Ryan Callinan e vai enfrentar o norte-americano Kolohe Andino na disputa pela segunda vaga na final do Margaret River Pro.

O Brasil também está nas semifinais femininas, com a gaúcha Tatiana Weston-Webb batendo a norte-americana Courtney Conlogue na bateria que abriu as quartas de final. A brasileira criada no Havaí, ganhou 7,43 na melhor onda para vencer por 14,26 a 13,10 pontos e vai enfrentar a australiana Sally Fitzgibbons, que barrou a vice-líder do ranking, a jovem norte-americana Caroline Marks.

No entanto, o destaque do dia entre as meninas foi outra californiana, Lakey Peterson, que fez os recordes femininos do Margaret River Pro, contra a líder do ranking e heptacampeã mundial Stephanie Gilmore. Ela já começou forte, massacrando uma onda com uma série de manobras que valeram nota 9,80. Depois, repetiu a dose para somar 9,03 no incrível placar de 18,83 pontos de 20 possíveis, contra 12,16 da australiana.

Com a derrota em quinto lugar, Stephanie Gilmore pode perder a lycra amarela do Jeep Leaderboard se a havaiana Carissa Moore passar pela própria Lakey Peterson nas semifinais, ou se Sally Fitzgibbons vencer o Margaret River Pro, desde que a decisão do título não seja com Carissa Moore. A disputa pela ponta no ranking feminina está acirrada e a próxima batalha será no Brasil, no Oi Rio Pro que começa no dia 20 deste mês em Saquarema, na “Cidade do Surf” da Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

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