Brasil começa com pé direito em Pipe

O início do Billabong Pipe Masters em memória a Andy Irons vinha sendo adiado desde quinta-feira passada e começou nesta última quarta-feira sem as melhores condições ainda, mas as previsões não são boas até o dia 20, quando acaba o prazo do último desafio do World Surf League Championship Tour 2016 no Havaí. Então, foi decidido realizar a rodada inicial em ondas de 3-5 pés, com poucos tubos em Pipeline num dia para manobras nas direitas do Backdoor. O campeão mundial Gabriel Medina e Filipe Toledo, Italo Ferreira, Miguel Pupo e Alex Ribeiro, venceram suas baterias. Eles passaram direto para a terceira fase, mas os outros quatro brasileiros terão uma segunda chance de classificação na repescagem.

Gabriel Medina / Foto Poullenot – WSL

Gabriel Medina / Foto Poullenot – WSL

Um deles é o defensor do título do Billabong Pipe Masters e atual campeão mundial, Adriano de Souza. Ele começou bem sua primeira bateria depois da inédita final brasileira do ano passado com Gabriel Medina no maior palco do esporte. Mas, não conseguiu achar outra onda boa para somar com a nota 7,17 da primeira que surfou nas direitas do Backdoor. Estreando no Pipe Masters, Alex Ribeiro pegou duas para mostrar a força do seu backside e vencer por 11,27 a 10,54 do Mineirinho e 10,27 do californiano Conner Coffin. “O mar está bem difícil, porque as ondas não estão muito consistentes”, disse Alex Ribeiro, que está se despedindo da elite no seu ano de estreia no CT. “Eu tive que lutar muito até o final, porque o Adriano (de Souza) abriu com um 7,17 e só precisava de 4,10 pra me vencer. Quando ele foi numa onda, eu fiquei com a prioridade (de escolha da próxima onda) e apenas controlei o tempo até acabar. Estou contente por vencer minha primeira bateria aqui em Pipeline e no próximo ano quero voltar ao CT mais forte e preparado para disputar o circuito”.

Alex Ribeiro / Foto Kelly Cestari

Alex Ribeiro / Foto Kelly Cestari

Adriano de Souza foi o terceiro campeão mundial a se apresentar na quarta-feira de praia cheia em Pipeline. O primeiro foi Gabriel Medina, que massacrou as direitas do Backdoor para fazer os recordes do dia até ali, nota 8,60 e 15,10 pontos, contra o norte-americano Kanoa Igarashi e o havaiano Bruce Irons. Medina foi o segundo brasileiro a passar direto para a terceira fase, pois o também paulista Miguel Pupo já havia vencido a segunda bateria do dia, contra o norte-americano Kolohe Andino e o australiano Bede Durbidge, que no ano passado sofreu um grave acidente em Pipeline que o tirou da temporada 2016. “Foi uma boa bateria e estou contente por ter vencido, mas está realmente complicado e desafiador lá fora”, disse Gabriel Medina, vice-campeão do Billabong Pipe Masters nos dois últimos anos e atual campeão da Tríplice Coroa Havaiana. “Eu cheguei aqui antes da Vans World Cup em Sunset, mas foi tanto tempo esperando para começar o campeonato que parece que estou aqui há 2 anos. Espero que as ondas melhorem e seria ótimo fazer outra final aqui em Pipeline. Eu amo essa onda, então seria muito bom se conseguisse isso de novo”.

Adriano de Souza / Foto Kelly Cestari

Adriano de Souza / Foto Kelly Cestari

A bateria de Gabriel Medina acabou e começou a do novo campeão mundial John John Florence. E na estreia em casa com a lycra amarela de número 1 da World Surf League, o havaiano mostrou o caminho dos tubos no Backdoor para aumentar os recordes do brasileiro para 8,83 e 16,66 pontos. O potiguar Jadson André competiu com o havaiano e até começou na frente, completando o primeiro aéreo do dia em Pipeline. Mas, ficou em segundo lugar e terá que encarar uma rodada extra para chegar na terceira fase. “O Jadson (André) fez um aéreo incrível naquela primeira onda e pensei no que ele faria em toda a bateria”, disse John John Florence. “Ele surfou muito bem nos eventos passados, em Haleiwa e Sunset, eu assisti as baterias dele e hoje (quarta-feira) estava difícil lá fora, então o vencedor seria quem encontrasse duas ondas boas. Eu fiquei um pouco nervoso contra ele, mas estou feliz por ter conseguido pegar aqueles tubos no Backdoor para vencer”.

Miguel Pupo / Foto Damien Poullenot

Miguel Pupo / Foto Damien Poullenot

Outro brasileiro que estreou com vitória no Billabong Pipe Masters foi o novo papai, Filipe Toledo. Ele destruiu uma direita no Backdoor com várias manobras de frontside, depois surfou o primeiro tubo da quarta-feira nas esquerdas de Pipeline, para vencer os dois australianos que enfrentou na bateria. A vitória foi por uma pequena diferença de 12,34 a 12,03 pontos sobre Josh Kerr e Adam Melling ficou em último com 9,37. Depois de Filipe, o também paulista Caio Ibelli foi derrotado pela fera Kelly Slater, mas na bateria seguinte o potiguar Italo Ferreira conseguiu uma vitória de virada na onda que surfou nos últimos segundos. O australiano Jack Freestone liderou até o minuto final, quando entrou uma série de ondas e o havaiano Sebastian Zietz assumiu a ponta na da frente, mas na de trás o brasileiro pulou do último lugar direto para a terceira fase do Pipe Masters.

Por João Carvalho

Compartilhe.