Bahia e Chloé foram os melhores no Festival Santos de Longboard

O feriadão de Tiradentes foi de muito sol e muita onda em todo Litoral Paulista, e não foi diferente no Quebra-Mar, em Santos, onde rolou a primeira edição do Festival Santos de Longboard, que atraiu renomados surfistas da categoria. Foi um verdadeiro espetáculo. O que iniciou como um campeonato municipal, ganhou projeção nacional e competidores tops do Mundial, que fizeram a festa na Praia do José Menino, no Parque Municipal Roberto Mario Santini.

Carlos Bahia / Foto Ivan Storti

Carlos Bahia / Foto Ivan Storti

Carlos Bahia, de São Sebastião, e Chloé Calmon, do Rio de Janeiro, foram os grandes vencedores da open e da feminina, respectivamente. Também ergueram a taça Wady Mansur, hoje morando no Rio de Janeiro, na categoria pioneiros (60 anos em diante); o cearense Marcelo Bibita, na gran kahuna (50 a 59 anos); Marcelinho do Tombo, de Guarujá, na kahuna (45 a 49 anos); e Gabriel Moura, outro talento sebastianense, na júnior (até 20 anos). Ícones do início do surf estavam presentes, como Homero Naldinho, Jose Luiz Sant’Anna Chico Paioli e Wady Mansur. A nova geração presente interagia e se divertia com os veteranos. Já nas ondas, as disputas tiveram alto nível técnico, valendo pranchões aos vencedores (exceto na júnior, onde o prêmio foi um skate longboard), sendo que na open, a categoria principal, o campeão e o vice levaram para a casa as pranchas feitas especialmente para o evento.

No domingo as ondas quebraram menores do que o primeiro dia (sábado), em torno de um metro, e novamente muito sol, o dia decisivo do Festival começou em alta performance com os novos valores da júnior. Gabriel Moura logo na primeira bateria do dia garantiu a maior nota do evento, um 9,83, mostrando que o Brasil segue produzindo talentos nas ondas. Outro momento especial foi na semifinal open, reunindo os dois atletas quintos colocados no último mundial, na China, Jefferson Silva, de Saquarema, e Jefson Silva, de São Sebastião. No melhor momento do mar, o atleta do Rio garantiu um 9,17 e depois um 9,50, somando 18,67 pontos de 20 possíveis. Já o surfista do litoral norte paulista teve um 8,33 e um 7,23.

Chloé / Foto Fábio Maradei

Chloé / Foto Fábio Maradei

Nas finais, a primeira vitória foi de Gabriel Moura, na júnior, vencendo com certa folga, para deixar Leonardo Pacelli, de Santos, em segundo, o carioca Pedro Machado, em terceiro, e o também santista Jonas Wolthers, em quarto. Na kahuna, Marcelinho do Tombo voltou a ter a melhor apresentação na categoria, com notas 7,67 e 7,57, superando Marcelo Lima, de São Paulo, Ricardo Zuca, de Santos, e Alex Miranda, da capital.

Depois, foi a vez dos surfistas da gran kahuna definirem o vencedor e Marcelo Bibita confirmou o favoritismo, após uma bela disputa com Neco Carbone, de Guarujá. O surfista cearense garantiu a melhor nota da bateria, um 5,67. Neco tentou virar, mas não conseguiu uma onda consistente. Paulo Cesar, local do pico, ficou em terceiro e Delton Menezes, de São Vicente, completou o pódio. E a reverência à história ficou mais evidente com a final da pioneiros. Juntos, os quatro finalistas somavam 250 anos e muita história em cima de pranchas de surf. Desde a época da madeirite, das pranchas ocas, quando pegar onda ainda era marginalizado. Na bateria, eles levaram a sério a disputa e Wady Mansur, 60 anos, garantiu uma vitória larga, com notas 7,33 e 7,93, disparado na frente.

Picuruta Salazar / Foto Ivan StortiA briga ficou mesmo pelo segundo lugar, com José Luiz Sant’Anna, 65 anos e um velho conhecido do Quebra-Mar, garantindo o segundo lugar, Chico Paioli, também de 65 anos, e morador de São Paulo, em terceiro, e John Wolthers, 60, outro ícone santista, em quarto.

Depois, o público ganhou novos presentes, com as finais envolvendo surfistas profissionais, vários tops do Mundial da World Surf League (WSL). O mar piorou com a entrada do vento, mas não estragou o show dos competidores em cima dos pranchões. Primeiro com as meninas, com Chloé Calmon, terceira melhor do Mundo, ganhando com certa tranquilidade, mesmo tendo como rival a pernambucana Atalanta Batista, quinta do Mundial. Nas duas primeiras notas, a surfista do Rio tirou 6,5 e 7,83, abrindo larga vantagem e ainda aumentou a diferença com uma nota 7,17. Atalanta ficou em segundo, com Juliana Savio, mais um talento de São Sebastião, em terceiro, e Evelin Neves, também do Rio de Janeiro, em quarto.

Fabio Boturão / Foto StortiNa sequência, mais destaques do Mundial, agora na open e também o maior surfista brasileiro da modalidade, Picuruta Salazar, competindo “em casa”. E foi ele que saiu na frente, mas depois Carlos Bahia, com um 7,67 e um 6,80 assumiu a ponta. Jefson Silva ainda tirou um 7,33, mas não foi suficiente para virar o resultado. Jefferson Silva foi o terceiro e Picuruta completou o elitizado pódio que encerrou o evento. Para Bahia, a vitória em Santos teve um sabor mais do que especial. Foi no Quebra-Mar que ele garantiu sua única nota dez na carreira e, dessa vez, a final teve grandes rivais.

Resultados:
Open
1 Carlos Bahia (São Sebastião)
Feminina
1 Chloé Calmon (Rio de Janeiro/RJ)
Kahuna (45 A 49 anos)
1 Marcelinho do Tombo (Guarujá)
Gran Kahuna (50 A 59 anos)
1 Marcelo Bibita (Fortaleza/CE)
Pioneiros (60 anos em diante)
1 Wady Mansur (Rio de Janeiro/RJ)
Júnior (até 20 anos)
1 Gabriel Moura (São Sebastião)

Por Fábio Maradei

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