Australianos no pódio

Os australianos Ethan Ewing e Macy Callaghan venceram o World Surf League Junior Championship e festejaram os últimos títulos mundiais de 2016 em casa na Austrália. O novo top da elite do CT derrotou o norte-americano Griffin Colapinto na final masculina e Macy impediu que a havaiana Mahina Maeda conquistasse um inédito bicampeonato feminino nas pequenas ondas de Bombo Beach na segunda-feira em Kiama, na costa sul de New South Wales. Os brasileiros decidiram o título masculino nas três últimas edições, mas dessa vez o mais bem colocado foi o catarinense Mateus Herdy em quinto lugar. Já Weslley Dantas ficou em nono com a derrota na quarta fase, que abriu a segunda-feira na Austrália. O prazo do World Surf League Junior Championship só termina na sexta-feira, mas as previsões das ondas não são boas até lá e a comissão técnica decidiu encerrar a competição nas ondas pequenas de meio metro de altura da segunda-feira em Bombo Beach. As finais da primeira edição da categoria com o novo limite de até 18 anos de idade, aconteceram em condições difíceis, com grandes intervalos entre as séries e, principalmente, pela chegada de um vento afetando a boa formação das poucas ondas que entravam.

Ethan Ewing no pódio / Foto Cestari

Ethan Ewing no pódio / Foto Cestari

O australiano Ethan Ewing foi vice-campeão no ranking do WSL Qualifying Series 2016 e será o mais jovem integrante da nova elite dos top-34 que vai disputar o título mundial no World Surf League Championship Tour em 2017. Ele teve mais sorte de começar bem a bateria final com nota 6,17 e garantiu o título mundial Pro Junior com o 5,17 da sua última onda. Já o norte-americano Griffin Colapinto bateu os recordes do campeonato na semifinal, mas não achou nada de ondas na decisão, perdendo por 11,34 a 1,97 pontos apenas. “Isso é incrível. Eu nunca planejei nada disso do que aconteceu esse ano para mim”, disse Ethan Ewing. “Eu pretendia ganhar o título Junior australiano, mas todo o resto aconteceu inesperadamente. Chegar neste evento como cabeça de chave número 1 me deu confiança e tudo funcionou sem problemas desde o início do campeonato. O Griffin (Colapinto) é um grande amigo meu e foi engraçado porque conversamos sobre as chances de nos encontrarmos na final, então aconteceu e foi muito legal. Certamente, esta é uma ótima maneira de começar o meu ano e já estou ansioso esperando pelo início do CT”.

Macy Callaghan (AUS) / Foto Smith

Macy Callaghan (AUS) / Foto Smith

O norte-americano Griffin Colapinto apareceu para o mundo ao chegar nas semifinais do Hang Loose Pro Contest 30 Anos na Praia da Joaquina, em novembro do ano passado em Florianópolis (SC). Na segunda-feira, ele começou o dia barrando o campeão sul-americano da WSL South America, Weslley Dantas, na quarta fase. E nas semifinais, bateu todos os recordes do World Surf League Junior Championship. Ganhou nota 9,60 ao completar um aéreo reverse muito alto e totalizou 15,60 pontos na vitória sobre o campeão da triagem do último Billabong Pipe Masters, Finn Mc Gill, que dividiu o terceiro lugar com outro havaiano, Cody Young. “Infelizmente, as ondas sumiram na final, mas estou feliz por ter chegado na decisão”, disse Griffin Colapinto. “Eu tive grandes momentos aqui e terminar o campeonato fazendo a final com meu bom amigo foi incrível. Eu gostaria de ter tido mais chances para surfar, mas mesmo assim, saio daqui muito mais animado para competir nos eventos do QS esse ano”.

Ethan Ewing (AUS) / Foto Smith

Ethan Ewing (AUS) / Foto Smith

O título de Ethan Ewing foi o quinto da Austrália na história do Mundial Pro Junior da World Surf League e o Brasil continua sendo o recordista com sete conquistas. A primeira foi com o carioca Pedro Henrique no ano 2000. Depois, o hoje campeão mundial Adriano de Souza venceu a edição de 2003, o cearense Pablo Paulino foi bicampeão em 2004 e 2007, o paulista Caio Ibelli ganhou o único circuito de três etapas em 2011, o campeão mundial Gabriel Medina faturou o título na única decisão disputada no Brasil em 2013 e o carioca Lucas Silveira levantou o caneco de 2015 em Portugal. Neste ano, o Brasil não passou das quartas de final. O catarinense Mateus Herdy brilhou na primeira bateria masculina da segunda-feira em Bombo Beach. Ele registrou um novo recorde de 15,26 pontos com notas 7,83 e 7,43 na vitória sobre o sul-africano Jordy Maree e o francês Marco Mignot. Este placar só foi batido por Griffin Colapinto nas semifinais. Depois, o sobrinho do ex-top da elite do CT, Guilherme Herdy, só achou uma onda boa que valeu nota 7,00 na quarta de final contra o havaiano Cody Young, que venceu por 12,74 a 11,83 pontos a bateria que marcou a saída do Brasil da disputa do título mundial Pro Junior em Kiama.

Mateus Herdy (SC) / Foto Cestari

Mateus Herdy (SC) / Foto Cestari

O campeão sul-americano Pro Junior da WSL South America, Weslley Dantas, já havia sido eliminado na primeira rodada do dia, que definiu os classificados para as quartas de final. Ele também só conseguiu surfar uma onda boa que tirou nota 6,90 dos juízes e terminou em último no confronto vencido pelo australiano Reef Heazlewood, com o vice-campeão Griffin Colapinto passando em segundo lugar. O irmão mais jovem do top do CT, Wiggolly Dantas, ficou em nono lugar no World Surf League Junior Championship 2016. Na decisão feminina, aconteceu o mesmo que na masculina, com praticamente só a campeã surfando todas as ondas da bateria. A favorita ao título era a havaiana Mahina Maeda, que faturou o caneco de 2014 e foi vice-campeã em 2015, quando o limite de idade era de 21 anos. Em sua terceira final consecutiva, ela poderia se tornar a primeira a vencer dois títulos na categoria feminina, mas a australiana Macy Callaghan fez sua melhor apresentação no campeonato. Com notas 8,17 e 7,50, ganhou facilmente por uma larga vantagem de 15,67 a 4,60 pontos o primeiro título para surfistas com até 18 anos.

Mahina Maeda e Macy Callaghan / Foto Podio Feminino Cestari

Mahina Maeda e Macy Callaghan / Foto Podio Feminino Cestari

“Estou muito feliz. Este é o maior evento que eu participo e ganhar o título mundial é uma coisa incrível”, disse Macy Gallaghan. “Eu sabia que a bateria ia ser complicada, porque não tinha muitas ondas, então eu teria que ter atenção para escolher as boas. Quando consegui aquele 8,17, minha confiança só aumentou, porque o mar estava difícil. 2016 foi um ano incrível para mim e começar este ano sendo campeã é quase um sonho. Mal posso esperar pelo que vem pela frente”. Já a havaiana Mahina Maeda lamentou o resultado: “Estou muito decepcionada com o meu desempenho hoje (segunda-feira), mas é bom estar aqui no WJC. A final não foi como eu gostaria, mas estou feliz pela Macy (Callaghan), ela tem um futuro brilhante pela frente. Este é o meu último evento Junior, então agora é hora de me concentrar no QS para tentar entrar no CT esse ano”.

Fotos WSL

Por João Carvalho

Compartilhe.