Associações de surfe cobram participação nas decisões da Prefeitura de Laguna

Fotos: Cedidas pelo CMEC (Comitê Municipal Emergencial de Crise) e pela Associação de Surf de Laguna (ASL) Fotos: Cedidas pelo CMEC (Comitê Municipal Emergencial de Crise) e pela Associação de Surf de Laguna (ASL)

Após a prefeitura de Laguna proibir o surfe no território municipal em mais um Decreto relacionado à Covid19, representantes das associações de surfe sediadas no município uniram-se para cobrar maior consideração e maior participação frente às tomadas de decisão no que envolve o esporte surfe e o ambiente praia dentro do município.

No dia 29 de junho as associações enviaram um ofício ao Prefeito Mauro Candemil explicando que, diferente do passado onde o surfe e os surfistas eram discriminados, atualmente pessoas de praticamente todas as profissões, gêneros, idades e classes sociais praticam este esporte saudável e em harmonia com o ambiente natural. Além disso, o surfe fomenta muito a economia municipal, principalmente em baixa temporada turística, que é a época em que as ondulações são mais constantes e em que o turismo de sol e praia acaba não acontecendo devido ao frio.

O documento ainda reforça que as associações de surfe do Município são legalmente formalizadas, registradas em cartório, homologadas na Federação Catarinense de Surf (FECASURF) e são constituídas de forma democrática, representando a categoria dentro da sociedade. São formadas por especialistas no esporte, que praticam a atividade quase que diariamente, sendo que muitos dos seus associados exercem atividades profissionais dentro do próprio esporte, gerando renda e contrapartida em impostos para o Município. O surfe também movimenta uma série de empresas do ramo comercial, industrial, turístico e de prestação de serviços.

Cientes disso, seria justo e democrático que as decisões que envolvem essa prática esportiva no Município contassem com o apoio das associações representativas da categoria, que poderão prestar consultoria técnica, participar com a conscientização, e até mesmo com a fiscalização necessária. As associações possuem contato direto com a grande parte dos surfistas da região, tendo assim um grande potencial para auxiliar a Gestão Municipal.

Entende-se que a inclusão destas instituições na participação das deliberações da Prefeitura criará parceria com a Gestão Municipal, quebrando eventual oposição e facilitando ainda mais o trabalho da Prefeitura, com acréscimo de efetivo. Sabe-se, também, que, conforme a experiência prática destas associações, os ‘Surfistas Turistas’ respeitam os ‘Surfistas Locais’ e as associações locais, o que os torna ótimos aliados das autoridades municipais.

Após o envio deste ofício, a Federação Catarinense de Surf somou força e colaborou com a disponibilização de um Guia de Saúde, com sugestões e orientações para o retorno ao surfe, elaborado pela instituição Surf Injury Data (SID), constituído por um grupo de médicos relacionados ao esporte surfe.

Atendendo a solicitação das associações, com a parceria da FECASURF, a Prefeitura de Laguna realizou uma reunião com as instituições de surfe, disponibilizando a presença da Secretária de Saúde Valéria Oliver, o Secretário de Turismo Evandro Flora e o responsável pela Vigilância Sanitária Alex da Silva de Bem. As pautas colocadas pelas associações e Federação foram as seguintes:

· Em todas as pautas e tomadas de decisão que envolve o esporte surfe dentro do município, estas associações deverão participar com o seu conhecimento empírico, para tornar as ações mais assertivas e efetivas;

· Foi solicitado que não houvesse diferenças no tratamento da zona central do município em relação às regiões mais lindeiras ao sul e ao norte, a exemplo de Itapirubá Sul e à região do Cabo de Santa Marta;

· Já que o surfe é um esporte individual, realizado em ambiente aquático (no mar), foi sugerida uma edição no Decreto Municipal, com o objetivo de permitir a prática esportiva do surfe, porém aumentar a restrição da permanência de pessoas na praia (faixa de areia). Com esta flexibilização no Decreto Municipal, as associações de surfe (que frequentam diariamente as suas praias) se comprometeriam em conscientizar, educar e solicitar a saída das pessoas da faixa de areia, mitigando assim os problemas de fiscalização municipal por falta de efetivo;

· A FECASURF disponibilizou um material técnico às associações de surfe e à Prefeitura para utiliza-lo como fonte de pesquisa para as futuras tomadas de decisão no que tange o surfe em época de pandemia;

· As associações de surfe do município solicitam que a Prefeitura Municipal de Laguna façam mais ações preventivas contra o turismo irresponsável durante o período de pandemia, medindo a temperatura dos turistas, desestimulando a entrada de carros com 4 ou 5 surfistas aglomerados dentro dele e deixando uma viatura de apoio às associações para atuar em casos de turistas que não acatem a solicitação das associações para não permanecer na faixa de areia, em não ficar aglomerado, ou em não utilizar máscaras.

· Ficou definido que a Secretária Valéria e o Servidor Alex irão levar as pautas indicadas pelas instituições de surfe para a análise da Gestão Municipal ainda nessa semana. Valéria e Alex também irão levar as pautas para a reunião da AMUREL, a ser realizada no início da semana que vem. Após isso, as respostas irão ser enviadas às associações e à Federação de surfe.

Participaram do movimento as seguintes instituições de surfe:

· Associação de Surf de Laguna (ASL);

· Associação de Surf das Praias da Galheta (ASPGALHETA);

· Associação de Surf do Ypuã (ASPY);

· Associação de Surf e Ecologia da Praia de Itapirubá (ASEPI);

· Associação de Surf e Tow-in do Farol de Santa Marta (ASTFSM);

· Federação Catarinense de Surf (FECASURF).

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